terça-feira, fevereiro 21, 2006

UM “S.O.S” PARA A MENINA-PRODÍGIO DO TÉNIS QUE ASPIRA A VOOS MAIS ALTOS

KHOMALA!

Por Vasco Fenita

- Em Abril, actuará na Namíbia

Em entrevista que nos concedeu recentemente para a versão tabloide do nosso Jornal, Gilberto Daniel, treinador da jovem Palmira Intipa (vencedora nos dois últimos anos dos campeonatos nacionais de ténis em femininos individuais), formulou um veemente apelo no sentido de serem proporcionadas maiores oportunidades de contactos internacionais, senão mesmo alguns estágios em países que desfrutam de reconhecida projecção universal na modalidade, à promissora atleta. Cujas potencialidades têm sido expressivamente comprovadas, quer intramuros, quer ao nível do próprio continente africano, onde (sem laivos de exagero) já não tem com quem competir, a despeito dos seus imberbes quinze anos de idade (a perfazer no próximo dia 10 de Agosto).

Com efeito, torna-se absolutamente urgente que se invista nesta autêntica “menina-prodígio” do ténis.

Pois que, com a sua tenra idade, Palmira tem, inquestionavelmente, uma grande margem de progressão, e poderá, num futuro muito próximo, vir a guindar-se ( como, aliás, anseia) ao galarim, onde, entre outras estrelas de renome mundial, refulge Serena William, por quem confessa nutrir uma admiração incondicional.

Palmira Intipa é natural de Nampula, onde ainda continua a viver com os pais e irmãos, esperançada que o sonho que acalenta venha a converter-se em realidade. Algo tímida, talvez por ainda estar pouco habituada aos “holofotes” dos órgãos de comunicação social, Palmira Intipa mostrou-se muito reticente nas declarações prestadas à nossa reportagem.

Concomitantemente, limitou-se a facultar- nos a sua identificação e o seu ainda breve, mas já brilhante percurso no panorama do ténis nacional e na região sub-sahariana. Que confirma, de facto, que a miúda pode ser considerada um diamante de incomensurável quilate que só tem precisão de ser lapidado em ténues arestas para desabrochar em toda a sua plenitude.

Revelou-nos ainda a promissora atleta que não frequenta discotecas, não fuma, não ingere qualquer tipo de bebida alcoólica, e, que neste momento, frequenta a décima classe. Quanto ao curso que gostaria de seguir depois de concluir o nível médio, observou-nos que “o futuro a Deus pertence”.

Formulamos à Palmira a pergunta sacramental, em relação à circunstância em que terá contraído a paixão pelo ténis. À qual ela responder- nos-ia, com a modéstia que a caracteriza, que o virus da modalidade inoculou-se-lhe simplesmente ao assistir com assiduidade aos jogos transmitidos na televisão, além dos próprios treinos e despiques realizados no recinto desportivo do Concelho Municipal de Nampula. “Tinha eu, na altura entre dez a onze anos, se não me engano, quando uma paixão indomesticável pelo ténis de campo se me entranhou na massa do sangue, onde se conserva até hoje com os dividendos que, modéstia à parte, estão à vista...Mas, para que esses êxitos se convertessem em realidade, devo destacar o preciosíssimo apoio que tenho recebido da directora do Banco de Moçambique, Irene Maurício, e do técnico Gilberto Daniel. Sem os quais não sei se eu teria logrado alcançar o actual patamar. Devo-lhes muito e ser-lhes-ei grata para todo o sempre. Mesmo quando atingir, como me atrevo a aspirar, o topo mundial, jamais me esquecerei de os citar nas minhas
eventuais entrevistas à Informação.” Asseverou-nos a brilhante tenista.

Palmira Intipa ainda acedeu, sem qualquer constrangimento, que devassássemos algumas das suas peculiaridades mais íntimas. Depois de nos declarar que acha que “ainda é cedo para namorar”, confessou-nos que é uma adepta assumida do Sporting, adora escutar uma boa música nas horas de lazer (mas, no remanso da casa porque detesta frequentar discotecas).

E os seus hábitos de leitura convergem essencialmente para os jornais, sobretudo os de índole desportiva.

Disse-nos que, no que concerne às flores, gosta de rosas, e em relação à culinária, prefere a feijoada.

(Apesar da nossa insistência, não nos esclareceu se à moda moçambicana ou à brasileira), e, por último, deu-nos a conhecer que os sapatos que calça variam entre os números 39 e 40, dependendo dos moldes de fabrico. Eis, pois, um breve subsídio do perfil da personalidade (através das respectivas opções) da emergente menina prodígio do ténis moçambicano, que é, sem margem para qualquer dúvida, Palmira Intipa.

Já no final da entrevista, a jovem e prodigiosa tenista revelou-nos que há fortes perspectivas de ela participar, em representação do nosso país, num torneio a realizar- se na Namíbia, já no próximo mês de Abril.

WAMPHULA FAX - 21.02.2006

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