terça-feira, maio 01, 2007

A Frelimo guebuziana vs o pluralismo político (2)

Movimentos independistas ou partidos libertadores

Antes de eu entrar na discussão sobre as DESVANTAGENS do monopartidarismo e da ideologia freliguebuziana vou em partes fazer comentários profundos e longos em resposta a um comentário muito curto do meu caro amigo cético.

Os teus discursos não deixam sombra de dúvida que és frelimiano e da ala dura ou extrema. Descupa-me, mas a verdade deve ser dita para além de que gosto de pessoas que assumem ou seu EU. Vejo em ti no grupo de Marcelino dos Santos. Não é problema por isso muito menos para quem não é frelimiano como eu. Gosto bastante em pôr-me a debater com pessoas honestas, pessoas que não tem medo de declaraem-se em que partido pertencem e muito mais em que EXTREMO desse partido eles são.

Concordo que tenham havido movimentos independistas, esses que conquistaram as independências das potências colonizadoras europeias, mas que estes nunca libertaram o homem africano da REPRESSÃO, pois que os seus líderes tornaram-se eles mesmos os novos opressores, chamboqueando, executando sumariamente, espiando, prisionando sem culpa os seus concidadãos. Mesmo quando movimentos e até muito antes a diversidade ideológica foi bem notável. No caso de Moçambique, haviam três movimentos bem conhecidos MANU, UNAMI e UDENAMO, como tu deves bem saber. Escrevo bem “conhecidos” porque não tenho muita certeza se os que não pertenciam a estes movimentos não tinham ideias ou mesmo grupos que pensavam em formas de tirar Moçambique do jugo colonial. Mas diversidade de opinião, ideias, pensamentos e até ideológia dentro da Frelimo não tardou de se notar. Isso não é dúvida alguma para quem gosta deste mosaico ou seja para quem não gosta que seja ele o único que sabe o que é bom para país ou para os cerca dos dezanove milhões de habitantes em Moçanbique.

Voltando à história de movimentos é que muitos foram os que sairam da Frelimo criando outros movimentos que tinham precisamente o mesmo obejectivo de libertar Moçambique, mas com uma ideologia diferente a do grupo Marcelino dos Santos/Matsinhe ou digamos do Samora Machel. Deixemos a propagandas destes mencionados. A maioria dos moçambicanos pensa que Eduardo Mondlane era diferente e provavelmente é verdade.

Nos últimos anos da guerra pela independência nacional houve um apoio massivo à Frelimo como movimento. Aí não há dúvidas. Em 1973 com a minha idade muito denra, assisti e engajei-me como podia, ainda que toda a informação e mobilização recebiamos (meus colegas e eu) de missionários combonianos. Não tenho receio nem vergonha de afirmar que fui “frelimiano” pelo menos até 1990. O que é um facto, é que a maioria dos membros e simpatizantes de boa idade foram membros ou simpatizantes da Frelimo como movimento. As simpatias à Frelimo foram baixando entre os mais informados a partir da altura em que a diversidade de opinião foi proibida pelos ideólogos da Frelimo.

A Frelimo como partido, não tem na essência algo a ver com ela como movimento, pois os constituintes dos partidos de oposição foram na sua maioria membros e simpatizantes da Frelimo como movimento ou os que se sacrificaram pela independência, enquanto que os membros da Frelimo como partido são na sua maioria pessoas que nem tinham nascido na altura da independência e se tinham é que não se tinham empenhado na luta contra o colonialismo. Faz o teu juiz, meu caro amigo cético.

Se alguém não gosta de duma Assembleia da República multipartidária deveria ter iniciativa de retirar o seu partido dela!

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