segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Nampula : Público questiona papel dos secretários permanentes

REPRESENTANTES de diferentes segmentos da sociedade civil em Nampula manifestam-se agastados com o que consideram de excesso de burocracia e burocratismo nas secretarias distritais, e atiram culpas aos secretários permanentes indiciando-os de nada fazerem para corrigir as irregularidades.

Reunidos recentemente naquela urbe, os mesmos apelaram aos secretários permanentes distritais para envidarem esforços visando a melhoria da qualidade de prestação de serviços à população. Este facto, segundo vincaram, passa necessariamente pela adopção de mecanismos de coordenação das actividades a serem implementadas com os respectivos administradores distritais.

Disseram que a expectativa que se gerou em torno da criação da figura de secretário permanente distrital era de libertar o administrador da carga de trabalho a que estava sujeito. Pelo contrário, segundo acrescentaram, o efeito disso é contrário.

Agira Muanema, representante de uma organização social baseada em Memba, disse que o secretário permanente local tem demonstrado falta de articulação com o respectivo administrador, na execução das actividades planificadas.

Estou contrariada com a criação da figura de secretário permanente distrital porque, pelo menos em Memba, a mesma vem complicar a vida da população. Os períodos relativamente curtos que esperávamos para um encontro com o administrador, agora viraram longos períodos como se nada a fazer tenhamos. Isto é mesmo um calvário. Alguma coisa tem de mudar, referiu.

Por seu turno, Américo Jacinto, da Associação para o Desenvolvimento Comunitário (ADEC) em Nampula, afirmou que sendo o papel do Estado, através das suas instituições, como as secretarias permanentes, garantir uma prestação de serviços cada vez adequada a dinâmica do desenvolvimento que o país vem registando em, vários domínios, é inadmissível que se criem esses órgãos para complicar a vida do cidadão.

Por exemplo, algumas actividades programadas pelas organizações da sociedade civil ao nível dos distritos onde a ADEC tem projectos em curso, ficam por implementar ou acontecem tardiamente devido à descoordenação que caracteriza o relacionamento entre o secretário permanente distrital e o administrador, denunciou Américo Jacinto.

O deputado da Assembleia da República pela bancada da Frelimo Alfredo Gamito, que esteve a moderar o encontro disse haver várias percepções sobre o desempenho do Governo e seus órgãos por parte da sociedade civil e ajuntou que as críticas feitas devem servir de factor motivador para a melhoria da prestação de serviços ao público.

O encontro tinha igualmente como finalidade, a divulgação dos resultados da auscultação das pesquisas no quadro do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP).

Fonte: Notícias

3 comentários:

Unknown disse...

Estao oferecer pao a 'familia', quer dizer, nepotismo encabec,ado pela Frelimo.

Ximbitane disse...

Sou uma das pessoas que não sabe qual é a função da figura do Secretário Permanente. Já não chegam as secretarias que barram contactos com as respectivas chefias? Ainda nos impõem pessoas que, de certo, arrecadam salários fartos sem nada fazer?

Reflectindo disse...

Sem sombra de dúvidas, o mocambicano com bom senso soube logo que os secretários-permanentes constituiriam apenas um peso ao OGE e mais problemas de contactos com os administradores e governadores. Falando de gastos, não nos esquecamos dos custos exemplares do secretário-permanente de Sofala, António Máquina.
Ainda bem que há quem da sociedade civil que apontam o problema com os boys.