quinta-feira, maio 14, 2009

Sobre a pertença do slogan: Nelson responde ao Reflectindo

Clique aqui para ler o artigo do Nelson sobre a pertença do slogan "Moçambique para todos" e o comentário do Reflectindo. Eis a resposta:

Oh amigo Reflectindo acho que entrei numa “crise” de questionamentos e o seu comentário me obriga a fazer mais alguns.

“muitos slogans de propaganda política são bons”
• Oque seria um “bom slogan”? Aquele por exemplo que fosse agradável ao ouvido, cuja materialização coincidisse com os anseios dos ouvintes mesmo que a primeira vista ficasse claro o facto de não ser exequível?

”os políticos/partidár são conscientes que o melhor é evitar que depois das eleições sejam cobrados por tudo que haviam prometido”
• Existe então mesmo ao prometer a consciência de que não se cumprira oque se está prometendo?

“quem já cobrou por futuro melhor?”
• Existe algum mecanismo para cobrarmos as promessas que nos foram feitas?.

Eu penso amigo que o factor igniorância tem um peso muito grande nessa história. E quando falo de ignorância não me refiro necessariamente ao analfabetismo. Quem por exemplo, como eu acho que se devia proceder, leu e entendeu os estatutos do partido a que se filiou, antes de tomar essa decisão. Quem entende os discursos políticos? Quem os interpreta correctamente. Muitas vezes ficamo-nos mesmos é nas nossas “fervorosas” emoções. Como eu disse meu amigo não tem nada a ver com analfabetismo. Eu penso que é até questão de atitude. Escolhas que fazemos. O nosso dever partidário as vezes fala bem mais alto que toda a razão.

”Os que ficaram no poder por muitas décadas são os mais hábeis nisso”
Isso pode ser verdade e apartir dai tem que se exigir que os que não estão no poder, nunca estiveram, sejam visivelmente diferentes. Se olharmos para a Renamo por exemplo, quantos dos seus discursos não passaram disso?
Tem que se exigir que o MDM que se diz diferente, que prove com A+B e com desenhos se possível, que não se deixará ficar pelso discursos. Que não vai se prender aos slogan. Que vai cumprir oque tiver promentido.
A responsabilidade devia estar repartida eu penso. Nós vamos exigindo que nos expliquem os verdadeiros significados dos slogans enquanto que eles se esforçam em torná-los(os slogans) mais claros possível.
Enfim amigo, acho que a melhor forma de discursar é “fazer o serviço”

8 de Maio de 2009 15:17

3 comentários:

Júlio Mutisse disse...

Ilustres,

No meu último post coloquei aos blogers o desafio de, neste período eleitoral, pensarmos, repensarmos e, quem sabe, definirmos e/ou influenciarmos a agenda do que deve ser o debate neste período eleitoral.

Acho que o Nelson já começou. Temos que ir para além dos discursos e dos slogans e forçar que, o que passa dos políticos para fora, não sejam mensagens vazias mas, antes, algo com conteúdo perceptível e que possamos reputar inteligentemente como exequível, prioritário e ou necessário para o país.

Neste exercício vamos trocar ideias diversas mas que julgo serão úteis no fim.

Num país como nosso, o que dita muitas vezes a pertença a um determinado Partido ou a afeição por determinado clube?

Que realidades circundam a decisão de nos filiarmos a este ou aquele Partido? As deserções propaladas de membros de partidos de um lado para ou outro tem como substracto o conhecimento da realidade do novo Partido ou a crença e o desejo de um stepup pessoal etc?

Será que temos todos a ideia do que seja pertencer ou, simplesmente, ser simpatizante de um partido?

Creio que há muita coisa que falta em Moçambique e eu reduzo isso ao déficit de cidadania. Acho que muitos de nós participamos em determinado Partido não como forma de participação na vida pública da nação, mas como meio para atingirmos determinado fim: chegar ao parlamento, gritar, lançar pedras para mostrar o meu afeccionismo e agradar o chefe etc. nada mais... Muitos não concebem essa participação como forma de exercício de cidadania, de pertencer a um corpo vigilante que vela pelos interesses de todos. Aliás, muitas vezes, nem os próprios partidos se concebem como tal...

Nelson disse...

A dias me contaram um anedota eleitoral:
Um candidato às eleições, no auge do seu discurso diz, “se vencermos as eleições, vamos construir escolas, hospitais, estradas e pontes para as populações”. Um ouvinte atento se lembrou que não tinham necessidade de pontes naquela região pois não tinham rios e perguntou ao candidato. “Porque vão construir pontes se não temos rios?” O candidato empolgado e distraido responde, “ também vamos construir rios para as populações”
Se pretendemos mudanças, temos realmente que mudar de postura. Um dos aspectos que me tem preocupado e que eu gostaria de ver mudar nessas próximas eleições e a questão das abstenções. Acho importante entender oque vai na cabeça dos compatriotas que “desistiram” do seu direito de votar. Se por exemplo acham que não vale apena votar porque nada vai mudar é preciso entender, como esperam que algo mude sem que ajam? As formações políticas que entram pela primeira vez para os pleitos como é o caso do MDM por exemplo deviam “investir” nesse grupo porque enquanto as taxas de abstensões continuarem alta perdemos todos perde a democracia perde Moçambique.
Quando formos a debater nesse periodo eleitoral, para o bem do debate, deve existir um “esforço” de debater além de nossas simpatias partidárias

Laude Guiry disse...

Concordo com as posições expostas aqui. Temos que passar de discursos para acções, e no processo criar condições para que a unidade nacional esteja intacta. Temos que promover o multipartidarismo, para que o povo tenha capacidade de fazer cobranças políticas. Quem promete tem que cumprir. As proximas eleições serão históricas, porque o povo começa a mostrar que em Moçambique não existem bastiões mas populações em busca de vidas decentes e sustentáveis. Temos que ser um povo crítico e consciência política. Afinal de contas os políticos são servidores do povo e não o contrário!!!