quarta-feira, julho 08, 2009

STAE reconhece problemas na actualização do recensemento

De acordo com O País, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, STAE, admitiu haver problemas na actualização do recenseamento eleitoral. O director-geral do STAE, Felisberto Naife, disse ontem que o processo de actualização do recenseamento eleitoral em curso no país está a enfrentar alguns constrangimentos, na sequência das constantes avarias das máquinas utilizadas no processo. Este adiantou também que algo está a se fazer para a resolução do problema.

As declarações de Naife sur¬gem na sequências das acusa¬ções proferidas pelo director do Gabinete eleitoral da Renamo, Luís Goveia, segundo as quais o STAE estava a protagonizar actos de sabotagem do recense¬amento, com especial enfoque para as províncias de Nampula e Zambézia, onde a Renamo alega gozar de grande aceita¬ção por parte dos eleitores.

Entretanto, de acordo com o Notícias, Juvenal Bucuane, vogal da Comissão Nacional de Eleições (CNE), constatou ontem na visita de supervisão que efectuou à capital do país que não havia constrangimentos de material nos postos de actualização do recenseamento eleitoral na cidade de Maputo, nomeadamente no que diz respeito ao funcionamento dos computadores e digitação. Segundo, Bucuane os problemas iniciais foram de ordem técnica, relacionados com o manuseamento dos computadores.

Fonte: O País online e Notícias (confira)

Nota:

1. Conferindo nas fontes acima, as declarações de Felisberto Naife e Juvenal Bucuane depara-se logo com contradições ou questionamento. Em Nampula e Zambézia e quiça em Cabo Delgado há avarias de máquinas. Uma das razões é de elas serem antigas. Por outro lado, em Maputo não há nenhuma avaria de máquinas e quanto muito, no início foram problemas de ordem técnica, relacionados com o manuseamento dos computadores. Será que as máquinas que se usam em Maputo são mais novas que as que se usam nas províncias de Zambézia, Nampula e Cabo Delgado?

2. Note-se também que as províncias de Nampula e Zambézia estão perdendo quatro e três assentos respectivamente, enquanto que, a província de Maputo e Cidade do mesmo nome ganham três e dois assentos respectivamente, por motivos do número de eleitores registados.

8 comentários:

Martin de Sousa disse...

Reflectindo, o que é que está a sugerir com o seu segundo comentário? Parece me que vamos voltar a um debate que já tivemos, só que, desta vez, V.Excia no papel no papel em que me encontrava e que mereceu todo o tipo de argumentos contra os meus. Não foi há muito, e foi aqui no seu blog.

Reflectindo disse...

Caro Martin de Sousa,

Obrigado pelo questionamento. Eu expus duas afirmacões de funcionários seniores da CNE e STAE, gente ligada ao processo eleitoral. O meu segundo comentário que está intimamente ligado às afirmacões daqueles responsáveis e a eventual consequência, sugere uma reflexão profunda, isto é chama-nos uma reflexão profunda. Não sei o que cada um concluirá e sugirirá, mas que é necessário reflectir sobre isso, sei.

Abraco

Nunoamorim disse...

Caro Reflectindo,
em Nampula, os postos de recenseamento andam as moscas.

Mais do que criticar o STAE, tal como é modus operandis da Renamo, deverias mobilizar os potenciais eleitores para aderirem aos postos de recenseamento.

As tuas atitudes parecem as do Mazanga, se não vejamos:
1. Limitas-te a criticar o STAE, sem no entanto mobilizar os petenciais eleitores a se dirigirem a mesa do voto. Tal como, durante as eleições autárquicas, Mazanga limitava-se a criticar o STAE e o CNE, sem ter participado na campanha eleitoral de nenhum candidato da Renamo.
2. Voce, a partir do seu computador, quer que nos revoltemos contra o STAE. Tal como o Mazanga queria, a partir do Maputo, que os candidatos derrotados não entregassem as chaves do municipios.

No sábado terei um encontro com os militantes da Frelimo em Natiquiri, conheces? O principal ponto da agenda será sensibiliza-los no sentido de irem recensear. Faça o mesmo.

Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Reflectindo disse...

Nuno Amorim, és muito ingénuo em discussões. Entras em discussões só por emoção e nunca lês para perceber tudo o que está escrito.

Quem reconheceu a existência dos problemas das máquinas em Nampula, Zambézia e Cabo Delgado sou eu?

Fui eu a entrevistar o director-geral do STAE para que pareça algo inventada por mim? Não apresentei a fonte? Não viste as fontes?

Nuno Amorim, eu sou um homem livre e CRITICAREI todas as anomalias e vou te desmacarar em cada patranha que quiseres nos inculcar.

Como é que sabes que eu não mobilizo? Não é o que sempre dizes, mas acabas apanhando ataque cardíaco? Será porque não presto contas a Nuno Amorim? Não sou IMPRUDENTE para dar a minha agenda a ti. Espero que entendas isso. NÃO SOU IMPRUDENTE.

O Problema é das máquinas e foi reconhecido pelo Director-Geral do STAE e o que tentaste fazer aqui é mais uma vez revelares-te irresponsável, tapar o sol com a peneira.

Como pensas que convencerás mesmo aos teus pares, contrariando as declarações do Director-Geral do STAE? Devias controlar o que dizes para que os teus pares te julguem credível.

Ah! Tens problemas com o meu computador?!? De facto, é daqui que vou criticando o que não queres que se critique. Vais ter paciência, meu amigo. Sempre te disse que a TIC vou usar e sei que tu só tens medo porque sabes que as coisas que acontecem nos Limoeiros e Namicopo chegam rapidamente em todos os cantos do mundo, graças à TIC.

Espero que não castigueis o Director-Geral do STAE por ter revelado a verdade.

Martin de Sousa disse...

Reflectindo,

Escreveste duas notas em que uma tem o seguinte teor "Note-se também que as províncias de Nampula e Zambézia estão perdendo quatro e três assentos respectivamente, enquanto que, a província de Maputo e Cidade do mesmo nome ganham três e dois assentos respectivamente, por motivos do número de eleitores registados." Isto não é ou não foi escrito ingenuamente, isto induz ou reflecte algo, uma desconfiança da sua parte (que queres passar para os demais) de que as falhas que ocorrem lá, são deliberadas tendo em conta determinados factores como o que indicas lá.
Em tempos desenvolvi aqui uma teoria de que o atentado não aconteceu. Tudo o que disseste na altura está registado aqui no seu blog. É evidente que, neste caso, já não servirá MUITO, porque te interessa ESPECULAR, a mesma coisa que abominavas naquele caso.
Podes ter as suas razões para dizer o que dizias, como eu tinha as minhas. Mas estás a fazer o mesmo que eu fiz e que mereceu uma crítica feroz da sua parte. Lembras te?
É por isso que sempre digo, quando vos convém usar um caminho vcs usam mas não admitem que mais ninguém o use porque?
Não somos desmemoriados...
Será que o comentário do Nuno não tem por onde se pegue? Eu acho que tem.
Farias um grande serviço se, como sugere o Nuno, perante a desconfiança de que está se a sabotar o recenseamento no norte para beneficiar o sul (uffff isto já cansa), se apelasses às gentes de Nampula a ir se recensear. Eu passei 1.30 minutos para ter o meu cartão de eleitor AQUI em MAPUTO. É sabotagem também? Problemas técnicos existem meu caro.

Reflectindo disse...

Caro Martin de Sousa

1. Que estranha comparação entre a tua acusação ao que escrevi aqui! Já viste que enquanto aqui és tu que conclusões (tiras as tuas conclusões que não são necessariamente minhas) e não eu, no teu artigo acusaste pessoalmente ao Daviz? Foste tu mesmo a concluir no teu artigo.

2. Eu vou repetir a propor e apelar a reflexão profunda de todos sobre o problema e suas consequências, tomando como exemplo à retribuição provisória dos assentos. Apelo à responsabilizacão. Também proponho uma incursão às províncias para saber-se se há relação entre os problemas das máquinas e o número dos eleitores registados.

3. Quanto à distribuição dos assentos parlamentares questiono a razão desta basear-se em número de eleitores registados? A quem os deputados representam? Só aos registados como eleitores? Aos que depositam os seus votos? Ou a toda população duma província ou círculo eleitoral? Não é tempo de rever-se esta questão?

4. A tua proposta de que eu devia me calar, não criticar nem apelar a reflexão, e, apenas ir mobilizar, mobilizarrrrr, faz-me lembrar a um problema que um meu familiar teve nos seus exames finais da 12a classe. Os examinadores desleixaram e no lançamento das notas esqueceram uma disciplina. Quando ele requereu o seu certificado e notou-se que havia uma nota em falta, sugeriu-se um exame extraordinário para aquela disciplina. O aluno ficou pensando por algumas semanas e quase que ia aceitando. Só que as tantas ele decide que não podia pagar a negligência de quem devia ter responsabilidade po isso. E queres saber qual foi a solucão?

Também sugiro a leitura do artigo de Pedro Nacuo sobre o menino Bonga de 16 anos. Imagino que vês aqui a questão de responsabilizacão.

Finalmente, quando vcs dizem que sou frustrado, podem, até certo ponto, ter razão, mas o que me frustra é a recusa de mudança de atitude mesmo por parte de alguns jovens apenas porque o poder lhes embriagou.

Martin de Sousa disse...

Reconhecer que especulas não te diminui. Subtilmente acusaste o STAE (como eu fiz ao Daviz) de estar a sabotar o processo lá em cima tendo como mote a distribuição de assentos.
Não somos ingénuos.
De que poder falas que nos embriagou? Eu pelo menos, 3 vezes ao ano (no meu aniversário, no fim do ano e no dia da morte do meu tio QUASE pai) me embriago, não com poder, mas com cerveja mesmo fruto do meu suor de todos os dias.
Se achas que ando atrelado às bensses do poder te enganas. Ganho a minha vida honestamente calcando este país de lés a lés, fazendo o trabalho que muitos neste país se recusam para estarem sempre comunicáveis via net, no ar condicionado e andar de mercedes na cidade. Encontrarás poucos como eu que viajam na boleia de trator sem receios.
Vá com calma.

Reflectindo disse...

Meu caro Martin, estás a recusar a analisar o problema sem seres advogado dos problemas?
Se tu conclues (foste tu a concluir) que o STAE pode ser suspeito que esteja a sabotar, porque nunca propões solucão que passa pela responsabilidade e responsabilizacão?

O poder embriaga, sim, falo no colectivo (Frelimo), pois sei que quando é para discutir questões gerais que apoquentam o país, és um bom analista e gosto de ler o que escreves porque dele aprendo muito. Mas quando é para manter o poder da Frelimo a todo o custo, finges que deixaste de reflectir. Eu sei que podias escrever muito mais sobre isto, mas não queres para não afectar o poder da Frelimo. Não será?

Para já, digo-te que desde há muito não entendo do porquê há problemas nos recenseamentos eleitorais, mas não nos recenseametos gerais. No primeiro (1980) recenseamento geral fui instrudor distrital, coordenador e recenseador e sei da responsabilidade deste processo e da qualidade que se exige do seu pessoal...

Bom, eu não sei como trabalhas e onde trabalhas, mas cada um tem a sua profissão. Repito, quanto ao poder que embriaga, não é questão individual e nem refere ao local de trabalho. Sabes, até conheco chefes de quarteiros pobres e que nada recebem, mas embriagados pelo poder da Frelimo.

Se alguém anda sempre comunicável via net porque as condicões lhe permite e é pelos custos próprios, não sabota o trabalho para assuntos não do interesse do local do trabalho não vejo problema. Por exemplo é o que faco: escrevo nos intervalos, de férias, fins de semanas, nas noites, ou no café net, em viagens. E as possibilidades no uso da TIC são boas em todo o mundo.

No ar condicionado e andar de mercedes na cidade, isto só não significa poder político de que estou a falar. Quem trabalha num banco não terá que sair para fora para não ser acusado de ter sempre ar condicionado. Se alguém comprar mercedes fruto do seu suor que curta a vontade. Esse não é o problema, apenas que seja uma possibilidade para todos os mocambicanos e nada de ligacão à bajulacão ao poder.

O melhor, meu amigo, é discutirmos com seriedade os problemas.