terça-feira, agosto 04, 2009

“Somos ladrões porque estamos vivos?”

Alberto Chipande diz não haver mal nenhum em os dirigentes da Frelimo acumularem riqueza

O veterano da luta de libertação nacional e membro da Comissão Política da Frelimo, Alberto Chipande, lançou um violen­to ataque a alguns círculos de opinião que acusam dirigentes do partido Frelimo de enrique­cerem à custa do povo moçam­bicano.

Chipande, que falava à mar­gem da cerimónia de apresen­tação do novo corpo directivo do Corredor do Desenvolvi­mento do Norte, no qual assu­me à presidência da mesa da assembleia-geral, defendeu o direito de riqueza aos altos di­rigentes do seu partido.

“Hoje existe uma tendência de se dizer que todos os dirigen­tes da Frelimo são ricos. Eu per­gunto: ricos de quê e em quê?”, disse para em seguida respon­der à sua própria pergunta: “e se for rico (o dirigente da Fre­limo) qual é o mal? Afinal de contas não foram os mesmos que trouxeram à independên­cia que vocês estão a usufruir?”, questionou Alberto Chipande, perante uma considerável pla­teia composta, maioritariamen­te, por jornalistas.

“Somos ladrões porque estamos vivos?”

Prosseguindo com a explana­ção em prol da acumulação de riqueza, Chipande lançou críti­cas contra aqueles (a imprensa incluída) que, na sua opinião, denigrem a imagem dos diri­gentes da Frelimo e do governo suportado por este partido polí­tico, no poder há mais de trinta anos.

“Denigrem a imagem (dos dirigentes), chamam ladrões e corruptos(...). Estes homens (os dirigentes da Frelimo) não mudaram nada. São os mesmos desde há 40 anos (altura em que a Frelimo foi fundada)”, disse para, depois, acrescentar que “se Mondlane e Machel fos­sem vivos, seriam também acu­sados de serem ladrões. Somos ladrões porque estamos vivos?”, indagou Alberto Chipande com ar de bastante irritação.

“Não se é capitalista sem capital”

Num outro desenvolvimen­to, aquele veterano da luta de libertação nacional voltou a defender a rectidão da linha político-económica levada a cabo pela Frelimo, logo após a proclamação da independên­cia nacional. Para Chipande, a escolha do socialismo era uma questão lógica pois, na sua vi­são, não percebe como é que se poderia ser “capitalista sem capital”. Mais: Chipande de­fendeu a nobreza dos ideais so­cialistas, dando como exemplo a necessidade dos corredores (incluindo o do norte onde é accionista) estarem ao serviço de Moçambique e dos moçam­bicanos. “O corredor vai conti­nuar socialista para beneficiar o povo e não para um punhado de gente. Queremos capital so­cialista e não capitalista. A nos­sa política continua a mesma de há 40 anos”, vincou o velho general.

Fonte: O País online

3 comentários:

Reflectindo disse...
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Reflectindo disse...

1. O que é capital socialista? Será aquele que se tira dos cofres do Estado do bancos (Matando a galinha dos ovos de ouro? para tornar burgueses a socialistas e generais de reserva? É o que (capital socialista) justifica a política imediatamente à independência a qual teve a consequência com a paralizacão da Socaju, CICOMO, em Nacala-Porto, por exemplo?

2. O general Chipande fala de que a política é a mesma de há 40 anos, será isso verdade? Ou quer ele dizer que está-se tentar resgatar a política da Frelimo sob lideranca de Mondlane e Simango, mas agora mal aplicada, porque em vez de ser de mercado livre é de capitalismo selvagem?

3. Porque razão o governo em que Alberto Chipande executou Lázaro Nkavandame sob acusacão de ser defensor do capitalismo?

4. São ricos porque trouxeram a independência (sabemos que estamos a vos pagar por isso e nem era preciso que o general nos lembrasse) porquê é que os antigos combatentes entre eles Nkavanga, o conhecido homem de morteiro, durante a luta de libertacão nacional, que vivem em Mpaco (Nacala-Porto) não se tornam também ricos? Será isso o que preconizavam os estatutos da Frente de Libertacão Nacional?

5. Qual é a funcão concreta e a mais valia do general Chipande no Corredor de Nacala, se não for para mais um salário chorudo que somado a mais outros talvez permitam a manutencão da Mecula? Aos meus olhos, o Corredor de Nacala não está nem a metade do que era até em 1977 e quem lá sabe as verdadeiras razões??? Não será o facto de encher-se de gente que nada faz que sugar?

Reflectindo disse...

Meus pontos de reflexão sobre os pronunciamentos do General de Reserva:


1. O que é capital socialista? Será aquele que se tira dos cofres do Estado do bancos bancos (Matando a galinha dos ovos de ouro)? para tornar burgueses a socialistas e generais de reserva? É o que (capital socialista) justifica a política imediatamente à independência a qual teve a consequência com a paralizacão da Socaju, CICOMO, em Nacala-Porto, por exemplo?

2. O general Chipande fala de que a política é a mesma de há 40 anos, será isso verdade? Ou quer ele dizer que está-se tentar resgatar a política da Frelimo sob lideranca de Mondlane e Simango, mas agora mal aplicada, porque em vez de ser de mercado livre é de capitalismo selvagem?

3. Porque razão o governo em que Alberto Chipande executou Lázaro Nkavandame sob acusacão de ser defensor do capitalismo?

4. São ricos porque trouxeram a independência (sabemos que estamos a vos pagar por isso e nem era preciso que o general nos lembrasse) porquê é que os antigos combatentes entre eles Nkavanga, o conhecido homem de morteiro, durante a luta de libertacão nacional, que vivem em Mpaco (Nacala-Porto) não se tornam também ricos? Será isso o que preconizavam os estatutos da Frente de Libertacão Nacional?

5. Qual é a funcão concreta e a mais valia do general Chipande no Corredor de Nacala, se não for para mais um salário chorudo que somado a mais outros talvez permitam a manutencão da Mecula? Aos meus olhos, o Corredor de Nacala não está nem a metade do que era até em 1977 e quem lá sabe as verdadeiras razões??? Não será o facto de encher-se de gente que nada faz que sugar?