sábado, setembro 26, 2009

PLD: um partido-fantasma (1)

Por Raúl Senda

Líder da “formação política” é conhecido como um humilde vendedor de flores na Costa do Sol
Na sua folha de serviço consta uma passagem pelas FPLM
Sem sede própria, conta bancária, estatutos publicados no Boletim da República e membros efectivos é o cenário que caracteriza o terceiro maior partido moçambicano do momento, segundo a deliberação da CNE. Trata-se do PLD, Partido de Liberdade e Desenvolvimento que tem como símbolo, a par da Renamo e MDM, uma ave.

Reza a deliberação da CNE que, exceptuando a Renamo e a Frelimo, dos 27 partidos políticos que apresen-taram as suas candidaturas para concorrer às legislativas de 28 de Outubro próximo, o PLD é que melhor esteve organizado.
De acordo com a CNE, o PLD reuniu requisitos para concorrer em 10 dos 13 círculos eleitorais. Em Moçambique, o PLD foi, estrategicamente, apenas excluído no círculo eleitoral da Zambézia.
Nesta quarta-feira, o SAVANA deslocou-se à suposta sede do partido, localizada no bairro da Costa do Sol, Avenida Marginal, número 48.
A alegada sede localiza-se na residência do presidente do partido. Aliás, Caetano Sibinde é conhecido na zona como um pacato vendedor de flores. Na folha de serviços de Simbine consta que é um desmobilizado de guerra e serviu as fileiras das tropas governamentais durante a guerra dos 16 anos.
Abordado pelo SAVANA Sibinde disse que o PLD ainda não possui instalações próprias. Apenas tem representações nas cidade de Maputo e na província de Cabo Delgado. No resto das províncias só tem comités de instalação. Mesmo as províncias onde supostamente possui representações, o partido também funciona nas residências dos alegados delegados.
Quando o SAVANA escalou a sua residência/sede, cerca das 15:30 desta quarta-feira, o Presidente do PLD estava dentro da sua residência, um compartimento composto por duas divisões.
Contou que estava a preparar-se para mais uma acção de caça ao voto. Contudo, antes de iniciar as actividades diárias que consistem em contactos interpessoais, passaria pela zona da Machava para se inteirar dum acidente que envolveu a viatura que transportava os seus apoiantes e outra singular.
Caetano Sibinde recebeu-nos num imóvel feito de madeira, montado em frente da sua residência. Disse-nos que é ali onde funcionava a sede do Partido.
No interior do edifício não há nenhum sinal que indique que se está perante uma sede partidária. Não há material de trabalho, o mobiliário é improvisado cada vez que chega uma visita como foi o caso do SAVANA. O gabinete do presidente está empoeirado sinal de que fica dias sem ser aberto.
Mais tarde, o SAVANA acabou sabendo que o imóvel que o presidente do PLD apresenta como sede parti-dária, é um stand de vendas dum consórcio português denominado Malibu. Esta firma dedica-se à montagem e venda de casas pré-fabricadas e de madeira.
O grupo Malibu negociou espaço com o presidente do PLD e aí expôs o seu produto. É que dentro da alegada sede do PLD, em vez do material partidário como panfletos, bandeiras e outros material, tem apenas cartazes da empresa Malibu com várias amostras de produtos por si produzidos, números de telefones e os preçários.
Cada cliente que aprecia a obra da Malibu contacta Sibinde e este facilita os contactos dos gestores da em-presa e daí ganha uma comissão.
Disse-nos também que é parceiro desta companhia em vários negócios que no entanto, não quis especificar.

Fonte: SAVANA

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