domingo, janeiro 10, 2010

Fraude académica na UP (2)


Vinte e um detidos por fraude académica em Nampula

A Polícia da República de Moçambique (PRM), deteve, quinta-feira, na cidade de Nampula, norte de país, vinte e um candidatos ao curso de Matemática, na Universidade Pedagógica – Delegação de Nampula, indiciados de crime de fraude académica.
Lucas Mangrasse, Director Pedagógico daquele estabelecimento de ensino superior, que confirmou o facto, disse, sem facultar mais dados, que o caso está a ser investigado pela PRM e que os indiciados foram encontrados na posse de enunciados e guias de correcção do exame. “Confirmo que algumas pessoas foram detidas por fraude académica, mas o assunto está nas mãos da Polícia”, disse Mangrasse em declarações ao matutino “Notícias”.
Num contacto com a imprensa, o Comandante da 1ª Esquadra da PRM em Nampula, Zacarias Mairosse, explicou que a denúncia da circulação ilegal da prova de Matemática foi feita pela própria Universidade Pedagógica. Segundo Mairosse, para confirmar a veracidade dos factos, os agentes da polícia de investigação simularam um falso interesse pela prova, desembolsando dois mil meticais para a aquisição do referido enunciado e respectivo guião de correcção.
Informações colhidas de alguns indiciados indicam que a maioria teve acesso ao enunciado de Matemática mediante o pagamento de valores que oscilam entre quinhentos a dois mil meticais, através de uma rede com ramificações bastante complexas. As diligências que se seguiram culminaram com a detenção de um professor daquela cadeira, que responde pelo nome de H. Capite, que negociava as provas ao preço de dois mil meticais.
Zacarias Mairosse revelou, que entre terça e quinta-feira, as investigações e buscas policiais culminaram com a detenção de pelo menos dezasseis pessoas, entre participantes e intermediários no processo de venda do enunciado e do respectivo guião de correcção. De acordo com a fonte, dentre os detidos, para além de professores, figuram gestores bancários. A polícia submeteu o caso, na mesma quinta-feira, à Procuradoria da República da cidade de Nampula para os subsequentes procedimentos legais.

Fonte: AIM in @Verdade (10.01.2010) leia também aqui

5 comentários:

heyden disse...

Puxa, este pessoal docente, muito novo para mim, veio mesmo para envergonhar! As vezes concordo com O Viriato. 'Shame on them all!'

heyden disse...

Puxa, este pessoal docente, muito novo para mim, veio mesmo para envergonhar! As vezes concordo com O Viriato. 'Shame on them all!'

Anónimo disse...

Ola Heyden,deixe me por favor a clarar te uma coisa, provavelmente estas não atento as coisas que acontecem neste momento na UPN e se este espaço tivesse mais caracter acredito que escreveria para entenderes melhor, mas a direcção da UPN é composta por Brito,Mangrasse e Hermelinda e esta última tem mais poderes que o restante, razão pela qual faz e desfaz e ninguem faz NHO para ela,o Brito e Mangrasse estao ali só por estar, só para analisares o próprio reitor compôs aquela direcção sem conhecer as pessoas somente pelo ouvi dizer, que acredito que ele teve estar arrependido daquilo,mas deixando isso de fora digo te o seguinte que na comissão do ano passado somente eram Jovens e não ouve nada de alarmes e neste ano a Hermelinda desfez e formou uma comissão dela com pessoal de só do sul ou centro ela é quem bem sabe, sem razões justificáveis, até que ela podia muito bem usar a experiencias dos que trabalharam nos outros anos, mas não quiz, quiz mostrar o que sempre tem falado que o poder agora está com os dono "Pessoal depois de saltar rio save", por isso as coisas aconteceram e digo te mais, vão continuar a acontecer, e o dia que eles poder confiar nos jovens talves podes não ouvir estas vergonhas.
Tenho Dito
Muito Obrigado

heyden disse...

Alo, obrigado pelo teu esclarecimento. Nao faco ideia da Hermelinda, nao a conheco e nunca ouvi falar dela. Contudo ja imagino do ambiente criado entre tal comissao cessante (talves de jovens) com a nova comissao. Ti referes 'a comissao de exames de admissao?'. Eu nao duvido muito que o exame ou exames desapareceram na sala de fotocopias. Os exames sao fotocopiados em nampula ou ja aparecem fotocopiados e selados a partir da UP sede em Maputo? Se sao fotocopiadas em nampula no dia em que foram fotocopiadas foi numa noite ou um fim de semana? A maquina de fotocopiar qe foi usada, tem capacidade de memorizacao ou nao? Estou muito confiante que os culposos serao encontrados desta vez porque nao acredito que os estudantes envolvidos aceitem ir presos sozinhos.

Reflectindo disse...

Caros Heyden e anónimo

1. Embora eu não tenha bases sólidas, não penso que o problema de fraudes pende ao pessoal jovem. Para eu ter base sólida, precisaria de algum estudo, mas não sei se alguém tentou fazer tal estudo em Moçambique. Entretanto, pela percepção, partindo da frequência dos casos, posso dizer que há diferença sim entre dois, três ou mais períodos desde que Moçambique se tornou independente. O actual sendo mergulhado nesta situação vergonhosa. Os actores podem e devem ser de todas as faixas etárias, com um agravante de os “kotas” não serem exemplares. Por exemplo, há gente que nos anos 70, 80 ou mesmo 90 era respeitável pelo seu nível ético e moral, alta responsabilidade, mas que hoje é ruim. É esta gente que ocupa cargos superiores no Estado ou nas Empresas Públicas mas está envolvida em esquemas de todo o tipo e que não nos dignifica. E para não falar de estar envolvido na protecção de verdadeiros criminosos dos casos de fraudes como este e eleitorais. NÃO SÃO JOVENS NÃO, MAS VELHOS, os mesmos que outrora eram responsáveis. Agora estão imbuídos numa ganância mortal.

2. Não é que seja difícil detectar quem tenha feito vazar os enunciados dos exames que não são apenas de Matemática como quer-se fazer passar. O de matemática é por ter-se sido apanhado com a boca na botija. No nosso país só desta forma o crime tem algum criminoso. Mas mesmo assim evita-se que seja detectado o autor moral, dificultando-se a investigação. A nova tecnologia é muito óptima nem que não seja 100 % segura para detectar criminosos. A técnica usada para detectar assinaturas falsas e múltipla impressão digital para os candidatos presidenciais nas últimas eleições, foi prova que em Moçambique há meios materiais e humanos para não se deixar passar muitas fraudes.

3. Este caso de fraude não pode se concentrar em investigação a partir de quem comprou o enunciado em Namicopo. O comprador deve ter se encontrado com uma pessoa que serviu de canal apenas para receber uns 100 paus. É em Napipine onde deve-se começar investigar a sério. Quem recebeu os enunciados de Maputo? Como os distribuiu? Não me digam que deram ao pessoal da secretaria para fotocopiar - seus MANDÕES!!! Que falta de responsabilidade teria sido se isso acontecesse assim? Mas os meus compatriotas são mesmo grande gente, até estou a perder tempo. Fotocopias de exames quem faz é um continuo - o rapaz.

4. O anónimo entrou num assunto que tem se tocado na blogosfera. Porquê razão nomeações/indicações do pessoal da direcção por pessoas que mal o conhece? Será que a população universitária, por exemplo, é tão interdita ou menor de idade que não saiba quem possa lhe dirigir? Então, porque não passa isso por eleição? Se o Presidente da República é eleito porque não um reitor? A outra alternativa seria por concurso público e porquê não se faz?

Abraços