segunda-feira, julho 12, 2010

Partido Frelimo: Células nos locais de trabalho podem passar para os de residência

O PARTIDO Frelimo decidiu retomar a reflexão sobre a transferência dos membros das suas células dos locais de trabalho para os locais de residência, com a finalidade de colher subsídios a partir da base sobre como melhor enquadrar os seus militantes.
Edson Macuácua, secretário para a Mobilização e Propaganda do partido no poder, disse que as contribuições recolhidas no âmbito deste trabalho serão submetidas a decisão do X Congresso do partido que ordinariamente deve ter lugar no próximo ano (2011).
Macuácua, que falava à margem do Seminário Nacional dos Secretários das Células e Comités de Círculo, que termina próxima terça-feira na cidade da Beira, a capital da província central de Sofala, disse que caberá ao congresso a decisão final sobre esta matéria.
“Trata-se de um debate em matéria de organização e estruturação do partido que tem sido objecto de análise em todos os congressos e que foi matéria de destaque particular no V Congresso”, disse Macuácua, destacando que não se trata de ceder a nenhuma pressão da oposição mas de matéria inerente à própria organização da Frelimo.
Macuácua explicou que no monopartidarismo as células do partido reuniam-se em pleno período laboral facto que não acontece actualmente, para evitar que as actividades partidárias não interfiram no funcionamento normal das instituições, sendo que a participação, nessas reuniões é de carácter voluntário.
As células, segundo Macuácua, contribuem para o exercício da governação e do poder politico e a legislação moçambicana é aberta e permite a filiação dos cidadãos a qualquer partido político.
“O facto é que existem partidos com células clandestinas a funcionarem nos locais de trabalho, talvez tenham noção do seu carácter nocivo ao funcionamento das instituições por isso preferem avançar na clandestinidade”, destacou o secretario do Comité Central para a Mobilização e Propaganda da Frelimo.
A Comissão Política do partido no poder decidiu por bem ouvir as diferentes sensibilidades e caberá ao congresso tomar a última decisão sobre a transferência ou manutenção das células do partido a funcionarem nos locais de trabalho observando o quadro jurídico legal estabelecido no país.
“Trata-se de uma reflexão indógena que resulta do próprio partido, sem nenhuma influência externa. A Frelimo não ignora os debates feitos ao nível da sociedade mas não se guia por isso. A Comissão Politica decidiu que este assunto devia ser retomado e os debates que agora começam só irão terminar no X Congresso”, explicou.
O relançamento deste debate, segundo Macuácua, surge no respeito a tradição que a Frelimo tem de tomar as suas decisões a partir da base, daí que esteja a ser lançado agora neste encontro com as estruturas de base para conhecer o seu término no X congresso em alusão. (Filipe Madinga, da AIM)

Fonte: Notícias - 12.07.2010

Reflectindo: 1)Faz sentido recomendar aos frelimistas como Edson Macuácua a leitura do artigo de opinião do jurista João Baptista André Castande de 5 de Maio do corrente ano aqui, sobretudo ao que diz: "Mas nem por isso aceitamos que os comandos dos estatutos do partido prevaleçam sobre todo o ordenamento jurídico moçambicano, pois essa tentativa não passa de pura manobra de diversão. Antes bem pelo contrário: a formação, a estrutura e o funcionamento dos partidos políticos, sem nenhuma excepção, é que devem subordinar-se à Constituição e à lei, segundo determinação expressa do artigo 75 da CRM;"

2)Afirmar que a retirada das células da Frelimo nos locais de trabalho não resulta da pressão da oposicão e da sociedade civil em geral é enganarem-se a si mesmos.

10 comentários:

Unknown disse...

Ja era sem tempo.
Mas acredito que, clandestinamente, tais celulas vao continuar. E so olhar para a suspeicao do Macuacua de que outros partidos tem celulas clandestinas. Essa sua postura e para legitimar a criacao e funcionamento de celulas secretas.
Nao vai mudar muita coisa.
A Frelimo quer iludir a pressao internacional e nacional, para lavar a cara e receber elogios e garantias de financiamento do OGE.
Se a oposicao nao encontrar formas de garantir que as celulas nao funcionem mais do Ap. Estado, vai ficar na ilusao de que elas ja nao existem.

Reflectindo disse...

Caro Carlos Mendes

Concordo consigo, a saída das células da Frelimo dos locais de trabalho tem como primeiro objectivo iludir a opinião pública. O que realmente é necessário é que a sociedade civil em particular denuncie as células secretas sobretudo a sua influência nas carreiras profissionais. Continuarão a condicionar cartão vermelho para ser director duma escola ou posto de saúde? Se assim for será o sinal de que as células estao ainda presentes nos locais de trabalho.

Macuácua e Frelimo devem entender duma vez para sempre que o que não queremos, é a confusão entre Frelimo e o Estado Mocambicano.

Reflectindo

Anónimo disse...

Ja agora, era bom que o MDM seguisse o exemplo da FRELIMO e despartidarizasse o Municipio da Beira.

Reflectindo disse...

Que o Município da Beira esteja partidarizado só o ANÓNIMO sabe. Portanto, nem o Edson Macuácua sabe disso.

Nota: Porquê te fazes de anónimo ainda que falas em nome da Frelimo no poder e podes ser identificado?

Anónimo disse...

Prefiro ser anónimo a cometer a hipocrisia de inventar nome. O teu nome é Reflectindo? Qual é o teu verdadeiro nome?
Não era para ti que nos obrigavam a mandar textos? Disseram-nos que tinhamos que enviar, constantemente,reportagens que falavam mal da Frelimo para um senhor que se encontrava na Suiça. Espero que não seja o senhor. Porque muita informação era forjada.

Municipio da Beira é o mais partidarizado de Moçambique. Temos visto carros do municipio abarrotado de gente com camisetes do MDM. Todos que não se identificavam com o MDM foram expulsos ou enviados para cemiterios ou casa mortuária.

Felizmente, porque ja era funcionários do estado, acabei transferido para outra instituição.

Se duvidares posso arrolar a lista de todos colegas que foram marginalizados por não aderirem ao MDM.

Cuidado antes de falares, eu estou a falar com conhecimento de causa

Nunoamorim disse...

Arnaldo Tivane conta que foi afastado do CMB nas vésperas das eleições autárquicas que reconduziram Daviz Simango para dirigir os destinos da Beira, por se ter recusado a apoiar a candidatura do actual edil daquela urbe. Fonte Jornal bantu, de 13.07.10

Reflectindo, parece que o anónimo conhece muito bem a realidade do Município da Beira.

Caro Anónimo,
Podes enviar-me a lista dos teus colegas que foram marginalizados por se terem recusado a aderir ao MDM. O meu e-mail é nunoamorim@live.com

Reflectindo disse...

Anónimo
1. Que arroles essa lista dos teus colegas aqui e abertamente. Talvez isso nos ajude.

2. Do que me parece, estás com lágrimas de crocodilo, porque afinal a nossa pressão está valendo. Quando há tempos debatiamos repetidamente a partidarizacão das instituicões públicas tu estavas bem convencido que nunca DARIA EFEITO.

3. Entendo que usas anonimato para insultar, práticar má fé, acusar falsamente os outros e fazer do meu blog o teu local de divertimento. Mas como este blog é meu, PRIVADO como a minha casa é, vou mais uma vez te ensinar, retirando os teus comentários com o carácter acima.

A acusacão que me fazes, é das quais que devias provar em sítios próprios, mas UM ANÓNIMO??? Alguém dirá que não o conhece mesmo que eu apresente o seu IP. Solucão: que vá insultar e acusar falsamente outros em outros blogs ou no seu próprio.

Reflectindo disse...

Nuno Amorim

1. Só para saberes é por este tipo de atitude que eu decido em moderar os comentários. Não posso de forma alguma permitir que alguém use anonimato para me acusar falsamente. Um lambebotismo que passa por este blog que é meu e muito meu não permito.

Eu digo frontalmente as coisas e publico no reflectindo para a reflexão de todos.

Do resto, só posso ignorar.

Nunoamorim disse...

Reflectindo,
parece que o tal Arnaldo Tivane era Director de Mercados e Feiras e foi expulsopor não apoiar o Daviz.
Aí tens uma prova inequívoca de que o Daviz partidariza o Municipio.

Acho que não tens que fazer censura por causa desses comentários...cada um que se redicularize como quiser, os teus leitores saberão descernir os mal criados.

Reflectindo disse...

Nuno Amorim

1. Um anónimo não tem cara de vergonha. Essa é a razão de tal malcriadez. Se o anónimo quiser insultar a vontade que dê a cara.

2. Não há prova de tal Arnaldo Tivane. Tu mesmo dizes PARECE e nem tudo que parece é. O Arnaldo pode ter outros problemas que o não o permitiam continuar como tal director. O Arnaldo até não precisa da tua representacão para se queixar. Estranhamente estamos a falar de um Renamista e a Renamo fala de frelimizacão. Portanto, meu amigo, deixe o Arnaldo e a Renamo em paz pois o que posso interpretar é querer dividir a oposicão. Posso ter certeza que Arnaldo não tenha problema algum com Daviz nem com o MDM como queres nos alimentar. Ambos estao empenhandos para a despartidazicao da funcao pública.

Até já