domingo, dezembro 19, 2010

Toma posse o primeiro deputado negro da Polónia

Abraham Godson é cidadão polaco nascido e criado na Nigéria
John Abraham Godson, um cidadão polaco nascido e criado na Nigéria, tomou posse como o primeiro membro negro do parlamento da Polónia.
Godson serviu como autarca na cidade de Lodz antes de assumir o actual lugar no parlamento, deixado vago por um colega de partido após as eleições locais.
A sua entrada no parlamento polaco criou uma enorme celeuma nos meios de comunicação social do país, onde os negros constituem uma faixa muito pequena da população.
O agora deputado mudou-se para a Polónia em 1990, abrindo uma escola de Inglês de língua e trabalhando como padre numa igreja protestante.
Entretanto, casou-se com uma mulher polaca e o casal tem hoje quatro filhos.
Um membro do partido de centro-direita Plataforma Cívica, ele foi nomeado para o lugar deixado vago pela sua colega de partido Hanna Zdanowskaafter depois desta ter sido nomeada presidente de câmara de Lodz.
Ainda é muito raro ver pessoas negras, mesmo na capital, Varsóvia, que é a cidade mais cosmopolita da Polónia, relata o correspondente da BBC Adam Easton.
O racismo continua a ser um problema na Polónia, onde não é fora do comum escutar-se piadas racistas por parte de pessoas educadas, adianta ainda o repórter.
Godson chegou a ser espancado duas vezes no início da década de 90, mas afirma que as atitudes para com os negros na Polónia estão a mudar para melhor, em especial desde que o país aderiu à União Europeia há seis anos.
Em declarações a uma rádio polaca, Godson disse: "Eu sou de Lodz. Vou viver aqui, quero morrer aqui e ser enterrado aqui."

Fonte: BBC para África - 14.12.2010

7 comentários:

JOSÉ disse...

Interessante esta notícia, um imigrante negro chega ao Parlamento na Polónia! Curiosamente este deputado é membro de um Partido conservador.
E se fosse em Moçambique? Um imigrante europeu, branco, teria alguma hipóse de chegar ao Parlamento? O Parlamentp moçambicano tem algum deputado branco? Obama poderia ser Presidente em Moçambique? Porque não?
Gostaria de saber a opinião daqueles compatriotas que se preocupam tanto com a raça do Mia Couto, Machado da Graça, etc.!

Anónimo disse...

O caro José tem muita razão.
A situação muda, porque estamos no século XXI, em que o racismo começa a funcionar ao contrário.
No seculo XX, os negros não tinham muitos licenciados, só instrução primária.
O comunismo existia, e os brancos comunistas ocuparam ligares de destaque.
Com o fim dos comunistas, o branco virou capitalista-socialista, só quer sócios tipo businesses.
Política, licensiar-se, professor, para os naturais.Eles gostam ser empresários...consultores,representantes de empresas, etc-isso não dá tempo para ser deputado..
Mas ainda existem alguns em Moçambique, só que têm pouca visibilidade, e estão mais interessados em businesses.
Espero viver muitos anos, para assistir em África e Europa um PR ou PM negro e branco respectivamente.
Ásia, é impossível, SÃO MAIS MAIS INTELIGENTES NOS NEGÓCIOS,SABENDO NOMEAR COMO DEVE SER OS DIRIGENTES POLÍTICOS.
Mas agora, com os interesses acima da política, é , e "se alterarem a lei-mãe", Moçambique poderá ter entre daqui a 5/20 anos deputados descendentes de imigrantes.
O filho do Dr Gagneu deputado da Assemnbleia Municipal de Maputo-nascido em Moçambique.
Agora vindo de Portugal, por exemplo, é possivel nos próximos 10/20, anos ou até antes.
Devido aos interesses, Frelimo faz, Frelimo fez.
Até pode ser o caso de ex-governantes de Portugal!ADMIRE-SE!

Mas Presidente de Moçambique tem de ser descendente dos invasores Vátuas-Gungunhanas!
Fungulamasso

América já teve 2 PRs-um japonês e negro.

Anónimo disse...

Boas perguntas!!!
Convém questionar...
Isso não aconteceria em Moçambique, embora digam que não existe racismo no nosso país.
Existe racismo, tribalismo, nepotismo, xenofobismo, etc. etc.
Triste, muito triste!
Maria Helena

Reflectindo disse...

Só amanhã deixarei o meu ponto de vista sobre este tema.

Reflectindo disse...

Voltando a este tema:

Concordo com Fungulamasso que neste século a preocupacão do mundo ocidental é diferente da dos séculos passados. E não há razão de existir. Martin Luther King Jr. deixou um bom legado na luta contra a discriminação racial e por uma sociedade multiracial e multicultural. O sonho (I Have a Dream) de Luther está sendo consumado.
Mas há que aceitarmos que há o problema de Moçambique onde cidadãos como Philippe Gagneux são vistos pela cor da sua pele, é apenas uma questão de a política ser uma fonte de riqueza seja ela lícita ou ilícita, por um lado. Por outro, é pelo facto de o poder político ser mesmo para MANDAR e não DIRIGIR, isto em Moçambique e na maior parte dos países africanos. O nosso poder político tem ainda um estílo colonial. Na verdade, o discurso racista em Moçambique não é um discurso popular (do povo), mas de gente do poder conscientes do que fazem. Mesmo na Europa, há alguns políticos que para ganharem algum espaço, fazem discursos contra imigrantes, apesar de conscientes que estes são úteis para a economia deste velho continente. No caso de Moçambique, basta ver como eles contam e atacam incansavelmente com discursos racistas, se o branco, o amarelo ou mulato só se for um oponente.

Anónimo disse...

Um cidadão de origem asiática (mas moçambicano de gema) vem ganhando sucessivas eleições no município de Vilanculos. Pio Matos, um moçambicano originário mestiço, vem ganhando cronicamente eleições em Quelimane. Moçambique, desde a sua independência, vem tendo um grande número de brancos, mestiços e amarelos em lugares de prestígio. Durante vários anos o segundo homem na hierarquia do país foi Marcelino dos Santos. Jacinto Veloso, um moçambicano originário branco, foi e continua a ser o rosto do SNASP, a poderoso agência de espionagem e contra-espionagem do regime monopartidário. António Branco, Fernando Ganhão, Aranda da Silva, Helder Martins, João dos Santos Ferrera, Prakash Ratilal, Oscar Monteiro, Sergio Vieira, Jorge Rebelo, Rui Baltazar, Alcantera Santos, Rui Lousã, Julio Carrilho, aquino de Bragança Mia Couto, Carlos Cardoso, Fernando Lima, Migueis Lopes Junior... e centenas de outros moçambicanos não negros jogaram papeis decisivos na política, na propaganda, na espionagem e no exercito deste país.

Digam-me, o publicitado caso da Polonia ensina-nos o qué? Estão a querer dizer que, se quisermos ser vistos como anti-racistas, temos que eleger philiph Gagneaux para um cargo qualquer, independentemente do seu mérito e independentemente da sua inserção nas massas? Para não ser considerado racista é nrecessário deixar os brancos ganharem as eleições em que participam?
caríssimos, antes de a Europa ter um negro no seu governo, Moçambique já tinha. Este facto levou o Diplomata americano Cirus Vance a dizer, na década de 70, que as únicas nações multirraciais que ele conhecia eram os EUA, Moçambique e o Brazil.
Convido-vos e estudar a história de convivência multirracial que a FRELIMO pionerou neste país.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe

Desculpe-me em ter visto só agora o teu último comentário.

O caso Philiph Gagneaux diz respeito ao discurso racista que alguns políticos ou aspirantes a políticos recorreram e recorrem. Um discurso semelhante é o tribalista.

Eu escrevi que o Povo Mocambicano não faz discurso racista.

Agora diga-me lá meu amigo se negas que há muitos desses que usam discursos racistas e tribalistas. Negas esse facto? Negas que muitos desses pululam mesmo aqui no Reflectindo?

Eu não tenho receios em dizer que se um não negro criticar a Frelimo ou não for membro da Frelimo alguns compatriotas aqui recordam-se logo da cor da pele desse moçambicano. É isso que acontece. É um facto.

O discurso racista está em crescimento em Mocambique ao contrário daquilo que acontecia nos primeiros anos da independência. É esse facto que tu, eu e outros devemos estudar. Quem são os fomentadores e porquê se fomenta?

A Polónia não está a dar exemplo ao mundo e muito menos a Mocambique, mas serve para entender que o mundo está a caminhar para uma sociedade multiracial e multicultural. Eu até questiono a situacão de países como Portugal e Grã-Bretanha que pela história deviam ser um exemplo na Europa. Há muito ainda por se fazer em todo o lado.