terça-feira, março 29, 2011

Mo Ibrahim insta Europa a apoiar democracia em África

Paris, França (PANA) – Os interesses da Europa apenas podem ser duravelmente garantidos pela democracia e não pelo apoio aos ditadores, defendeu terça-feira em Paris o empresário de origem sudanesa Mohammed "Mo" Ibrahim.

« Se a Europa quer garantir a longo prazo os seus interesses ela tem todo interesse em se aproximar dos povos africanos. Pensar que a conivência com os ditadores seria benéfica é um grande erro », indicou Mo Ibrahim durante um encontro com a imprensa.

Para o empresário, que fez fortuna na telefonia celular ao criar o operador CELTEL que se tornou depois ZAÏN, qualquer aposta no apoio aos ditadores terá surpresas na nova África.

« Havia uma África na qual o Estado era o único proprietário dos meios de informação, na qual a única televisão partencia ao poder, na qual toda a informação era controlada. Esta África já não existe », argumentou o empresário que dirige a Fundação com o seu nome.

Ele sublinhou as perturbações provocadas pelo desenvolvimento das tecnologias da informação em África, reafirmando que a democracia era o único meio político doravante capaz de responder às aspirações dos povos africanos.

« O que aconteceu na Tunísia e no Egipto nunca teria sido possível sem as TIC. Apesar dos esforços colossais, os Governos destes dois países não conseguiram impedir a circulação das informações. Nesta nova África, o povo é o único soberano e os nossos amigos europeus devem persuadir-se disso”, frisou o presidente da Fundação Mo Ibrahim.

Ele apelou, além disso, aos Europeus a seguir o exemplo dos Americanos em matéria de apoio constante à democracia.

« Os Americanos escolhem geralmente muito claramente a democracia e a luta contra a corrupão na sua relação com os Estados africanos. Seria bom que os nossos amigos Europeus fizessem o mesmo”, insistiu o empresário que vive em Londres.

Criada em 2006, a Fundação Mo Ibrahim instaurou um prémio para a boa governação em África dotado dum envelope de cinco milhões de dólares americanos atribuídos em 10 anos ao laureados, que recebem também 200 mil dólares americanos anualmente até à morte.

Desde a sua criação, o prémio foi atribuído aos ex-Presidentes do Botswana, Festus Mogae, de Moçambique, Joaquim Chissano, e da África do Sul, Nelson Mandela, que foi nomeado laureado de honra pelas suas qualidades extraordinárias de liderança e pelas suas realizações.

Fonte: Angola press - 29.03.2011

2 comentários:

Anónimo disse...

Nós africanos não precisamos de nenhum apoio. Precisamos sim de cortar todas as ligações que nos unem ao velhos colonos. Ele são uma disgraça para nós.

Reflectindo disse...

Caro anónimo

Será que estás a falar a sério?