quarta-feira, junho 15, 2011

Moçambique: Comunicação social do Estado "tem mais credibilidade" – estudo

Moçambique é um dos países "pós autoritários" de África onde os cidadãos atribuem maior credibilidade aos meios de comunicação social do Estado, segundo um estudo publicado na edição de junho do Political Research Quarterly.

Segundo a publicação norte-americana, associada à Universidade do Utah, apenas em cinco dos 16 países africanos examinados o público tem maior confiança nos meios de comunicação privados - Benim, Quénia, Nigéria, Senegal e Zâmbia.

"Isto demonstra que a relativa desconfiança nos operadores privados está espalhada (...) os media privados têm maiores níveis de confiança que os do governo em menos de um terço das democracias pós autoritárias de África", referem os autores do estudo, Devra C. Moehler e Naunihal Singh.

O caso de Moçambique, anotam, é mais interessante porque, tal como apenas acontece na Namíbia e na Tanzânia, são os que têm atitudes mais liberais quem mais confia nos media estatais.

"A grande diferença é que em Moçambique, Namíbia e Tanzânia, os inquiridos com atitudes mais democráticas e liberais aumentaram a sua confiança nos media governamentais relativamente aos privados", referem os autores.

Rádio Moçambique, Televisão de Moçambique e Agência de Informação de Moçambique, são os meios de comunicação social públicos do país, e o grupo Notícias - que edita o diário Notícias e os semanários Domingo e Desafio - é detido pelo Banco de Moçambique.

Estes concorrem com dezenas de meios de comunicação social privados, da TV, rádio, imprensa, por fax e electrónicos.

Após décadas de monopólio público, actualmente na África sub-saariana apenas na Eritreia circula uma comunicação social exclusivamente do Estado e há sete países que não têm qualquer media público.

A maior prevalência na preferências pelos media públicos faz os autores sugerirem uma estratégia nova para os privados.

"Estes resultados sugerem que os meios de comunicação social privados necessitam de (um universo de) mais cidadãos democráticos e críticos, mais do que reportagem de qualidade ou maior liberdade de imprensa para competirem com os meios públicos", referem.

(RM/Lusa)

Fonte: Rádio Moçambique - 16.06.2011

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