sábado, fevereiro 11, 2012

Mãe abandona bebés gémeos no serviço do marido na Beira

Queixa do esposo resulta no seu encarceramento

Uma mulher de 25 anos de idade, Joana Barnabé, está a contas com as autoridades policiais, na cidade da Beira, acusada de ter abandonado, na terça-feira, seus bebés gémeos, de três meses de vida, na porta do serviço do seu marido algures no bairro de Matacuane, soube ontem o “Diário de Moçambique”. De acordo com a Polícia, o caso deu-se à flor do dia, quando a referida mulher, que até ontem encontrava-se sob custódia policial na 3ª Esquadra, decidiu abandonar os seus filhos menores no serviço do seu esposo, Aurito Duarte, 30 anos de idade, alegadamente porque este estava a expulsá-la da casa sem nenhuma justificação.
Joana Barnabé encontra-se na Beira desde 14 de Janeiro deste ano, ido da cidade de Quelimane, na província da Zambézia, sua terra natal, onde o seu marido a terá deixado, na altura grávida, alegadamente para procurar emprego na capital provincial de Sofala.
Chegado à Beira, Aurito Duarte simplesmente desligou-se totalmente da sua família em Quelimane e nunca se preocupou em saber como é que a esposa passava o dia-a-dia grávida e com uma filha menor, o que obrigou a companheira a ter que o seguir até ao bairro de Matacuane.
Em entrevista ontem ao “Diário de Moçambique” na 3ª Esquadra, Joana Barnabé disse que, já na cidade da Beira, o seu esposo nada fez senão levantar brigas sobre assuntos do passado, que ocorreram quando os dois encontravam-se a viver em Quelimane.
Os desentendimentos foram-se multiplicando até que na segunda-feira ele expulsou a sua esposa e os filhos menores da casa, mandou-os de volta a Quelimane.
“Então, eu disse que se queres que eu volte a Quelimane, tens que levar os seus filhos. Ele não aceitou, até que na terça-feira decidi ir ao seu serviço e deixei as crianças”, disse Joana Barnabé, para quem, contrariamente ao que se diz, os petizes não foram abandonados à sua sorte, mas sim confiados ao colega de Aurito Duarte, cuja identidade não nos revelou.
“O meu marido é guarda de uma residência no Matacuane. Quando fui com as crianças, ele não estava. Deixei os bebés com o seu colega”, explicou a fonte.
Questionado sobre as razões de tal procedimento, ela respondeu que decidiu abandonar os filhos porque “estava cansada de sofrer. Ele me deixou em Quelimane. Uma vez aqui ele já não queria saber mais de mim e dos nossos filhos, e o pior é que diz que já não me quer”.
Aurito Duarte, pai acusado de não assumir a responsabilidade da sua família, em entrevista ontem à nossa Reportagem, negou todas as acusações que pesam sobre si e disse que decidiu expulsar a esposa de casa porque esta se recusava a fazer trabalhos domésticos.
“ Éramos separados em Quelimane e voltamos a estar juntos por causa destas crianças. Quando chegou à cidade da Beira eu a recebi com carinho e o que me chateou foi o facto de ela dizer que não queria fazer nenhum trabalho doméstico”, disse Aurito.
O chefe da secção de imprensa no comando provincial da Polícia, Mateus Mazibe, condenou a atitude do casal, por este ter submetido os menores a um tratamento cruel por causa de uma briga passional.
“Esta é uma atitude cruel para a vida destes menores. Veja que desde terça-feira, dia em que a respectiva mãe as abandonou, eles se encontram com o pai e sem mínimas condições para os alimentar. A mãe chegou à Polícia através de uma queixa movida pelo seu marido. Neste momento vamos sentar com os dois de modo a encontrar uma solução viável para os menores e caso contrário a mãe será responsabilizada criminalmente”, disse Mazibe.

Fonte: Diário de Mocambique - 12.02.2012

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