sexta-feira, abril 27, 2012

Propostas bolsas de estudo em regime de crédito para financiar ensino superior


Comentário: Num debate no Imensis, em 2005, defendi a criação de bolsas de estudo em regime de empréstimo. Nem todos me compreenderam e com razão, pois que na nossa terra pátria, tudo depende da experiência. A minha experiência é esta da proposta, porém, não de envolvimento de pais. Na minha opinião a bolsa de estudos em regime de empréstimo só devia ser para os estudantes de instituições e ensino superior ou do subsistema do ensino de adulto. Em ambos os casos, os estudantes são adultos, será que há alguma razão para envolver pais desses estudantes?

Maputo- O Ministério da Educação de Moçambique propôs hoje (sexta-feira) a criação da "bolsa empréstimo" no ensino superior, em que os estudantes terão que devolver com juros o valor da bolsa de estudo após a formação, para manter a sustentabilidade financeira do sistema.


O Ministério moçambicano quer que os estudantes ou a família assumam o compromisso de pagar os encargos com o ensino através dos rendimentos que o beneficiário irá auferir quando estiver a trabalhar, após a formação universitária.


O esquema irá envolver os bancos, que serão mobilizados para financiar os estudos dos bolseiros, na condição de reaverem mais tarde o seu dinheiro, refere a Proposta de Estratégia de Financiamento do Ensino Superior em Moçambique apresentada hoje.


O documento avança também a ideia da introdução de indicadores de desempenho das universidades, como critério de acesso a fundos do Estado.


"Se não houver algum tipo de intervenção no actual sistema de financiamento do ensino superior em Moçambique, corre-se o risco de comprometer os objectivos traçados no Plano Estratégico do Ensino Superior", diz a proposta.

Justificando a necessidade de mudanças nos critérios de atribuição de ajudas do Estado às instituições do ensino superior.

"Pretende-se que o financiamento às instituições do ensino superior deixe de ser incremental, fiduciário e alicerçado na negociação orçamental entre o Ministério das Finanças e as instituições do ensino superior, passando a basear-se na competitividade interinstitucional", refere a proposta.


O documento vai propor ainda às instituições do ensino superior que concentrem a sua acção formativa nas áreas em que detêm vantagens comparativas, como forma de evitar a dispersão de esforços e o dispêndio de recursos.


"As instituições do ensino superior terão de identificar e investir numa área específica, onde tenham vantagens comparativas e competitivas em termos de qualidade, eficiência e eficácia, pois ninguém domina todas as áreas de conhecimento", lê-se no documento.



4 comentários:

heyden disse...

Nao vale a pena em mocambique, uma pessoa dever banco para estudar, porque nao existe garatia de que depois da formacao a pessoa vai ter emprego. E sem emprego, a pessoa nao conseguira restituir o valor. Eu falo por experiecia, emprestei cem meil meticais a minha esposa, estou durante quatro anos numa dessas universidades nao estatais. Mas agora nao consegue emprego nenhum. Talves devendo ao estado seja possivel, ja que sabemos que o estado 'perdoa' quando nota que o mutuario ficou incapacitado ou foi um libertador. Mas nao tente dever ao 'socremo', porque aquela malta tira-te roupa na estrada

Anónimo disse...

Caro amigo Reflectindo,

Para financiar cursos de licenciatura, pós-graduação, mestrados e doutoramentos não precisa-se empréstimo ou um crédito. Os estudantes de um semestre podem organizar na responsabilidade própria um serviço de protocolo para informar aqueles colegas que trabalham sobre o conteúdo das aulas. Os restantes estudantes podem coleccionar durante a sua ausência experiência no mundo empresarial, particularmente durante o período de férias, o que mais tarde facilita o ingresso no mercado laboral. Assim todos os estudantes têm a possibilidade sustentar a própria vida durante o ensino superior e depois. Um outro benefício deste modelo é que os estudos podem ser concluídos em um tempo mais curto.

Em vez de buscar emprego, os estudantes podem utilizar suas competências e habilidades para a fundação de uma empresa ou firma estudantil (mini-empresa), possivelmente com presença da mesma na World Wide Web. Pensar global e descobrir oportunidade de negócios na luta contra o desemprego são alternativas. Desenvolver a criatividade adormecida reduz sucessivamente a dependência financeira total dos estudantes de país, parentes, bancos e do Estado. A mobilidade de empresas virtuais no mercado global oferece também boas perspectivas para a geração de rendimentos e lucros no nível nacional. Ser um Bill Gates ou Steve Jobs Moçambicano e simultaneamente estudante pode melhorar a sua vida! O que se precisa não é empréstimo, mas motivação, uma atitude positiva e empatia.

Um abraço do
Oxalá

Reflectindo disse...

Eu defendo que o Estado tenha que nos garantir pelo menos Educação, Saúde para todos. Para mim, o ingresso no ensino público, incluindo o ensino superior devia e deve ser gratuito. O que eu tenho defendido, é que o estudante do ensino superior, maior de 18 anos, para comprar um caderno, um livro, para fazer a fotocópia, ter refeicões, não seja dependente de pais ou familiares, que na sua maioria são pobres. Este tipo de sistema exclue a maioria. Portanto, o Estado devia ou tem que criar uma bolsa de estudo em que o estudante PODE (querendo e necessitando) ter acesso a algum valor básico durante um período determinado para custear o básico, mas num ensino gratuito.
Sou também da opinião que isso não envolva a Banca, mas que se encontre um mecanismo numa agência estatal específica ligada aos Ministérios de Educacão e das Financas...

Anónimo disse...

Concordo com o direito à igualdade de oportunidades em relação ao acesso as Universidades e a luta contra as desigualdades económicas e sociais. A minha proposta foi baseada no princípio da complementaridade, no sentido de que os estudantes devem encontrar formas adicionais para o financiamento dos seus estudos. Porque não é possível uma solução na forma de financiamento complementar privado? Beneficiam da atribuição de bolsas de estudo os estudantes e pagam na regra os contribuintes Moçambicanos, vulgo os trabalhadores. Questão: Quem contribua para custear, as despesas de alojamento, alimentação, transporte, material de trabalho deles? Os bancos, como previsto na Proposta de Estratégia de Financiamento do Ensino Superior?

Um abraço do
Oxalá