terça-feira, maio 21, 2013

IMBISA pede ajuda a feiticeiro


Por Edwin Hounnou

Os Bispos da Reunião Inter-Regional da Africa Austral, IMBISA, que representa Moçambique, África do Sul, Angola, Botswana, Lesotho, Namíbia, São Tmé e Príncipe, Swazilândia e Zimbabwe, visitaram Maputo, há dias, para pedir ao Presidente Armando Guebuza ajuda para o Zimbabwe ter eleições justas, livres e transparentes, em Junho próximo, a fim de evitar a repetição dos acontecimentos de 2008, em que a ZANU, de Robert Mugabe, mesmo derrotada, encetou uma onda de violência contra MDC.


“Vimos falar consigo à busca de ajuda para garantir a realização de eleições harmonizadas pacíficas a ter lugar, este no ano, no Zimbabwe. Decidimos fazer este pedido a si e a outros líderes da SADC para evitar a reedição de 2008, quando foi desencadeada a violência sem precedentes, durante a segunda volta das eleições presidenciais”, rogaram os bispos. Como se pode pedir a lobo que lhe salve da violência de outro lobo, igualmente, enfurecido?

Os zimbabweanos não acreditam no regime de Mugabe nem nos seus órgãos eleitorais. Para a ZANU-PF continuar no poder, prendeu e torturou os líderes da oposição, Tsivangirai incluído. O que acontece no Zimbabwe, passa-se, também, em Moçambique. O partido no governo, no nosso país, usa, de forma recorrente, a Força de Intervenção Rápida para bater e prender elementos da oposição e infesta os órgão eleitorais, de base ao topo, de seus militantes.

Se Mugabe tinha a sua 5ª Brigada para fazer limpeza étnica e continuar a cavalgar o povo, Guebuza socorre-se da sua FIR para intimidar partidos da oposição e provocar abstenções massivas de eleitores das potenciais zonas da oposição pata, também, obter vitórias retumbantes, como eles costumam se vangloriar.

A exclusão de candidatos a presidente da República, nas eleições de 2009, e a interdição de particpar em vários círculos eleitorais, pelo MDM e Renamo, através de roubo de documentos essenciais das listas, não dignificam a democracia. A Renamo que se havia aliado à Frelimo na fraude contra o MDM, acordou também excluída de vários círculos. Guebuza está conotado com a intolerância política e exclusão económica por que o País passa. As oportunidades de negócios do Estado ficam com Guebuza e sua família.    

As boas práticas consultam-se à gente de bem. Tsivangirai foi sujeito a passar, na Ponta Vermelha, por um detector de metais enquanto a delegação da ZANU-PF foi recebida com honras de estado. É fácil concluir de que lado vai estar Guebuza, no caso do Zimbabwe. O IMBISA acabou de fazer um exercício diplomático inútil. O processo eleitoral do Zimbabwe vai provar de que Guebuza se posiciona. A violência, em Moçambique, contra a oposição é desenhada a partir da Frelimo de Guebuza.
Frelimo e seus agentes vandalizam, destroem e incendeiam as sedes de partidos da oposição não tem nada de bom para aconselhar aos outros. Guebuza não é bom conselheiro, ele só pode ensinar como fazer fraudes para permanecer no poder mesmo tendo visto um cartão vermelho.

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