terça-feira, dezembro 31, 2013

Tensão político-militar afecta turismo em Vilanculos

A passagem entre Save e Muxúnguè é feita através de colunas escoltadas.
Destino turístico de eleição para quem quer passar uma quadra festiva diferente e não só, Vilanculos está a ser menos procurado por turistas nacionais e internacionais devido aos confrontos militares que têm ocorrido na Estrada nacional número Um (EN1), no troço entre rio Save e Muxúnguè, um posto administrativo do distrito de Chibabava, em Sofala.

Acidente LAM: Relatório preliminar não respeita normas internacionais

O vice-presidente do pelouro dos transportes da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Alves Gomes, considerou hoje que o relatório preliminar do acidente do voo das LAM não respeita as normas da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO).


Segundo Alves Gomes, que está a desenvolver uma investigação sobre a queda do voo TM-470, que provocou a morte de 33 pessoas, o relatório preliminar que o Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) divulgou, a 21 de Dezembro, "não obedece às normas de reporte de acidentes da ICAO", o que poderá levar a organização a recusar o documento.

Quatro mortos em confrontos entre exército e homens armados no centro

Quatro pessoas morreram em confrontos durante três dias entre o exército e homens armados, suspeitos de estarem ligados à Renamo, no distrito de Gorongosa, Sofala, centro, disseram hoje à Lusa fontes locais.
Os confrontos registaram-se perto da vila de Tambara, tendo uma pessoa perdido a vida, e no bairro Nhambondo, nos arredores da Gorongosa, onde foi morto um comerciante local, que teve os seus bens saqueados. Em Nhatsapa e Tazoronda, outras duas pessoas morreram atingidas por projécteis.

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Embaixadora zimbabweana pede asilo

A Embaixadora do Zimbabwe na Austrália desertou e pediu asilo político, afirmando recear pela sua segurança caso regresse ao seu país quando a sua colocação terminar, esta semana, foi sábado noticiado.

Jacqueline Zwambila criticou o regime “ilegítimo” do Presidente do seu país, Robert Mugabe, afirmando que saiu da residência oficial a quatro dias de deixar o cargo, mas não tem qualquer intenção de utilizar o seu bilhete de avião em classe executiva para regressar a casa, noticiou o jornal” Canberra Times”, citado pela agência Lusa.

“Eu não me sinto segura em regressar ao Zimbabwe, de todo”, afirmou Zwambila, que está alinhada com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), da oposição.

Há reservas elevadas de grafite em Cabo Delegado

A “Triton Minerals”, companhia australiana envolvida na exploração de grafite na província de Gabo Delgado, norte de Moçambique, disse sexta-feira estar muito satisfeita e encorajada com os progressos alcançados no projecto em desenvolvimento no distrito de Balama.

Fonte: Folha de Maputo . 30.12.2013

Populares frustram sequestro de chefe da fiscalização do Conselho Municipal da Beira

Um grupo composto por cinco pessoas tentou supostamente sequestrar, na tarde do último sábado, o chefe da fiscalização do Conselho Municipal da Cidade Beira, Ali Malua.
A tentativa de sequestro foi frustrada graças à pronta intervenção de populares.
A vítima foi surpreendida pelos supostos sequestradores a escassos metros da sua casa, quando se dirigia para uma cerimónia fúnebre.

domingo, dezembro 29, 2013

Renamo Wants 14 'Mediators and Observers'

By Paul Fauvet
Analysis
In the unlikely event of the Mozambican government ever accepting the demand from the former rebel movement Renamo for Mozambican and international mediators and observers at the dialogue between the government and Renamo, it would need a much larger table.
For the latest Renamo letter on the subject, addressed to President Armando Guebuza, and dated 5 December, proposes a total of 14 mediators and observers.
The letter, a copy of which is in AIM's possession, wants the dialogue (which Renamo insists on calling “negotiations”) to be mediated by Mozambican constitutional lawyer Gilles Cistac, Italian bishop Matteo Zuppi, former South African President Thabo Mbeki, and an unnamed representative of the European Union.

sábado, dezembro 28, 2013

EDITORIAL: Delírio

A caça às bruxas, promovida pela Procuradoria-Geral da República, não passa – na verdade – de um espectáculo de cinismo encenado para ocultar os males que flagelam a nação do combate à pobreza absoluta e do crescimento galopante das fortunas pessoais dos donos do país. É, na verdade, uma discussão errada para esconder os podres de um país reduzido a paraíso de ladrões de fundos do erário e de linchadores da honestidade.

TOLERÂNCIA DE PONTO PARA QUINTA E SEXTA FEIRA

O Governo moçambicano concede Tolerância de Ponto para todos os funcionários públicos e trabalhadores na quarta e quinta-feira (02 e 03 de Janeiro de 2014), por ocasião do dia 1 de Janeiro, Ano Novo, que se assinala na próxima Quarta-feira.

– MINED ALUNA EXAMES DA 2ª ÉPOCA EM GAZA

As provas referentes aos exames da 2/a época da 10/a e 12/a classes foram anulados em cinco distritos da província meridional de Gaza, na sequência da fraude académica detectada entre os examinandos em todas as disciplinas.

A descoberta da fraude aconteceu durante o processo de realização das provas, havida de dois a seis do corrente, devendo, para o efeito, serem novamente feitas entre os dias seis a 10 de Janeiro próximo em todas as escolas dos distritos visados, nomeadamente Bilene, Chibuto, Chókwè, cidade e distrito de Xai-Xai.

sexta-feira, dezembro 27, 2013

Frelimo só vai considerar pré-candidatos a presidenciais moçambicanas que já tenham sido anunciados

O secretário-geral da Frelimo disse hoje que os três pré-candidatos às eleições presidenciais em Moçambique em 2014 já anunciados pelo partido no poder serão os únicos considerados pelo seu Comité Central, que se reunirá no final de fevereiro.
Filipe Paúnde, que falava durante uma conferência de imprensa, em Maputo, afastou assim a hipótese de serem acrescentados novos nomes à lista de candidatos à sucessão do atual Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
No início de dezembro, a Comissão Política da Frelimo apresentou Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyussi, respetivamente, atuais primeiro-ministro, ministro da Agricultura e ministro da Defesa, como pré-candidatos da Frelimo às eleições presidenciais de outubro de 2014.
Fonte: LUSA - 27.12.2013

Para remoção de lixo na Beira

quinta-feira, dezembro 26, 2013

Um artigo a ter em conta: Imunidades dos membros do Governo

O artigo 211 da Constituição da República de Moçambique dispõe que:
1. "Nenhum membro do governo pode ser detido ou preso sem autorização do Presidente da República, salvo em caso de flagrante delito e por crime doloso a que corresponda pena de prisão maior.

2. Movido procedimento criminal contra um membro do Governo e acusado este definitivamente, o Presidente da República decide se o membro do Governo deve ou não ser suspenso para efeitos de prosseguimento do processo, sendo obrigatória a decisão de suspensão quando se trate de crime do tipo referido no número anterior."

Podemos evitar mudanças precipitadas?

Quando suspeitos a corrupção e com bases sólidas e documentadas e por vezes em casos julgados e condenados à prisão se candidatam a um mandato de cinco anos, para onde esses indivíduos e os que lhes APOIAM querem nos levar? 
A história está registando tudo isto. 
Eu não gostaria de nenhuma mudança precipitada em Moçambique. Uma mudança precipitada é aquela que recentemente se deu na Tunísia, no Egipto, Líbia, no Mali, na República Centro Africana. Alguns dos governos desses países, quando foram destituídos precipitadamente pelos seus povos acabavam de ser "eleitos" com mais de 90%. Não é estranho que tenha isso acontecido? 
Mas depois, o que é que significa a uma mudança precipitada naqueles países? Concretamente, o que é que se assiste? 
A mania, desculpem-me, mas é mesmo mania, dos que estão nas condições de apoiantes de Ben Ali, Mubarak ou Gaddafi é de pensar que é pregando um evangelho semelhante a dos apoiantes de Salazar ou Marcello Caetano que evitarão mudanças. Lembro-me do amigo Viriato Tembe que desapaceu em público... Em Mocambique vamos ainda a tempo para evitarmos muita coisa.

quarta-feira, dezembro 25, 2013

E isto fosse em Moçambique?

Três ministros renunciam na Turquia em meio a escândalo de corrupção


Ministros do Interior, da Economia e do Meio Ambiente deixam cargos após terem seus nomes associados a um grande escândalo de corrupção. Pressionado a renunciar, premiê Erdogan vive crise política sem precedentes.


Três ministros do governo turco renunciaram a seus cargos nesta quarta-feira (25/12), após terem seus nomes associados a um grande escândalo de corrupção e suborno que envolve aliados do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O premiê vive uma de suas piores crises políticas em mais de 10 anos no poder.
De acordo com a agência estatal de notícias Anadolu, os titulares das pastas de Economia, Zafer Çaglayan, e do Interior, Muammer Güler, renunciaram após um juiz decretar a prisão preventiva de seus filhos, acusados de participarem de uma rede de suborno.

terça-feira, dezembro 24, 2013

Feliz Natal para todos visitantes do Reflectindo


Obs: meu especial agradecimento à mana Carlinha Moreira Ribeiro quem voluntariamente produziu este cartão.

Ex-director provincial do Plano e Finanças de Niassa condenado a 22 anos de prisão

O ex-director provincial do Plano e Finanças de Niassa, Carlos Sitão, e o antigo chefe da Repartição de Administração e Finanças da mes­ma instituição, João Chaputerra, foram condenados a penas de 22 e 19 anos de prisão, respectiva­mente, por desvio de fundos do Estado.

O terceiro réu, Jacinto Belém Monteiro, funcionário da mesma instituição, que autorizou a utili­zação da sua conta bancária para transferências ilegais de fundos, foi ilibado, porque o Tribunal en­tende que este cedeu a sua conta inocentemente, não sabia que se­ria usada para o rombo financei­ro.

– PGR CONDENA CIDADÃOS QUE EXCEDEM SUAS LIBERDADES

 O Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, condenou hoje os cidadãos que excedem o exercício das suas liberdades e seus direitos constitucionais, advertindo que estas terminam onde começam as liberdades e direitos dos outros.
“Na liberdade de expressão há cidadãos que se excedem dos limites normais admissíveis para homens civilizados, num ambiente de convivência, com civismo e respeito entre iguais, num Estado de Direito Democrático”, disse o Procurador-Geral.
Paulino disse ainda que, no caso de cidadãos que ultrapassam o estipulado na lei, deve desencadear-se um procedimento criminal, “quando o Ministério Público tenha legitimidade para o efeito, não para uma sanção punitiva de tipo castigo, mas para uma sanção punitiva de tipo educativa”.


Fonte: AIM - 23.12.2013

Mahamudo Amurane: O homem que desafiou o seu destino

É uma daquelas figuras que entraram na vida de milhares de pessoas com a mesma
naturalidade dos parentes mais próximos. Ao contrário de outras crianças moçambicanas que tiveram o cuidado dos pais, Mahamudo Amurane, desde pequeno, passou por inúmeras privações. Muito cedo, perdeu o seu pai, facto que teve implicações não só na vida pessoal, mas também nos estudos. Foi criado pelos irmãos mais velhos, uma vez que a sua progenitora não dispunha de condições financeiras. Porém, graças à sua dedicação, conseguiu concretizar a maior parte dos seus sonhos.
Optimista e com um desejo enorme de alcançar os seus propó- sitos, desde pequeno foi um homem que correu atrás de um sonho que acabou por alcançar. Concluiu o seu ensino primário na EPC de Marocane, actual Instituto Agrário de Ribáuè, na província de Nampula. Prosseguiu com os estudos no Centro Internato da Missão Católica de Iapala, onde foi acolhido pelos responsáveis da instituição porque não dispunha de meios, uma vez que os familiares viviam na cidade de Nampula. Praticamente desamparado, o novo edil de Nampula não se deixou levar pela aflição. Determinado, lutou pela vida, ganhando algum dinheiro, o que permitiu concluir a 7a classe.
Depois mudou-se para a cidade de Nampula, na boleia de um funcionário da Direcção Provincial de Saúde, o qual se simpatizou com o jovem, pois notou que estava sozinho sem condições financeiras para chegar à capital provincial. Naquele tempo, concluir a 7a classe era uma honra para a família. Mas Amurane não se conformou com isso. Continuou a estudar, desta feita no ensino secundário geral na antiga Escola Secundária 1o de Maio, que funcionava nas actuais instalações da Universidade Católica de Moçambique, em Nampula. Ler mais

Margarida Talapa fala de “limites” de liberdade de Imprensa e expressão

Depois de o secretário-geral do partido Frelimo, Filipe Chimoio Paúnde, ter vindo a público insurgir-se contra as críticas que têm vindo a ser feitas aos dirigentes do partido Frelimo, e ter falado de necessidade de limite da liberdade de Imprensa, agora é a vez da chefe da bancada da Frelimo, Margarida Talapa, também evocar “limites” para, em vão, travar a “avalanche de críticas” que tem sido dirigida à Frelimo e aos seus dirigentes.
No seu discurso de encerramento da sessão da Assembleia da República, a líder parlamentar da Frelimo acusou a comunicação social independente de estar a atacar a honra e o prestígio do Estado e a promover os famosos “boatos”.

CNE ignora resultados de apuramento distrital e altera resultados finais em segredo

A CNE admite que ignora totalmente os resultados de apuramento intermédio publicados pelas comissões eleitorais distritais ou de cidade. Em vez disso, aprova os resultados de apuramento geral, resultantes de uma nova contagem feita em segredo pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Beirão, admite que a CNE nem sequer olha para os resultados de apuramento local (cidade, distrito e província) por isso não sabe que grandes alterações foram feitas pelo STAE.


Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique – Número 54 – parte-1-de-2 - 23 de Dezembro de 2013

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Confirming fraud in Mozambique’s presidential elections


Nota: é um artigo antigo mas actual, pois que é sobre eleicões em Mocambique e as práticas são as mesmas.

Confirming fraud in Mozambique’s presidential elections

The 2004 presidential elections in Mozambique were criticised by the main opposition party and international observers, who made allegations of electoral fraud and misconduct. While the available data is limited, such allegations can be tested by examining whether the evidence from polling stations was consistent with specific complaints.

A paper from the Crisis States Research Centre, in the UK, examines the issue of electoral fraud in the 2004 presidential elections in Mozambique. The researchers begin by exploring allegations of fraud at specific polling stations, then broaden their analysis to see if the problem was more widespread.

Lília Momplé lança “Antologia de Contos”

A conceituada escritora moçambicana, Lília Momplé lançou na passada sexta-feira (20), uma obra literária intitulada “Antologia de Contos”. Trata-se de uma colectânea de contos que foram publicados pela autora, com as quais já ganhou reconhecimento internacional.

Tomas Viera Mário: Foi um informe difícil

O jornalista e analista moçambicano, Tomas Viera Mário considera que o informe do Chefe de Estado, Armando Guebuza sobre o estado da Nação foi muito realista na abordagem que o país enfrenta, contudo, sublinha que do ponto de vista do cidadão o informe esteve aquém das expectativas.

Dhlakama já não está em “parte incerta”

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, desalojado em Satungira em finais de Outubro último pelas Forças de Defesa e Segurança, numa missão baptizada como sendo de “repor a ordem” naquela zona, mostra-se cauteloso para um encontro com o presidente da República, Armando Guebuza.
Afonso Dhlakama, encontra-se nas imediações de Satungira, posto Administrativo de Vunduzi, distrito de Gorongosa, província de Sofala, mas não se sabe quando é que vai deixar a zona.

Fonte: Folha de Maputo - 22.12.2013

Venâncio Mondlane agradece voto de confiança em Maputo

“Transição política em Moçambique”
O segundo candidato mais votado na cidade de Maputo considera que os resultados eleitorais das quartas eleições autárquicas mostram que está em curso uma “transição política em Moçambique”. Venâncio Mondlane considera que o seu partido, o MDM, foi o grande vencedor do último sufrágio. Trata-se de uma vitória que será consolidada, segundo Mondlane, nas quintas eleições gerais e segundas para as assembleias provinciais, marcadas para 15 de Outubro de 2014.

domingo, dezembro 22, 2013

“Estou no mesmo sítio” – Entrevista a Afonso Dhlakama

“Estou no mesmo sítio, muito próximo dali onde estava, em Sadjundjira, a poucos quilómetros. Daqui basta-me levantar a cabeça e vejo os outros a andar. Como sabe, ali onde estive estava sempre a FIR (Força de Intervenção Rápida), mas nunca entrámos em confrontações. Os nossos homens bebiam e tudo, com a Frelimo. O Guebuza é que quis aquilo! No dia 21 de Outubro tentou matar o Dhlakama e agora está embaraçado porque não conseguiu”, começou assim a entrevista exclusiva que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, concedeu ao director do Canal de Moçambique quando eram 23 horas da noite de segunda-feira, 09 de Dezembro de 2013.
Na entrevista que nos concedeu, que temos gravada e durou 31 minutos, Dhlakama disse, em seguida: “Nunca tinha entrado na nossa cabeça que se declarasse um conflito como a guerra dos 16 anos”.
“Admiramo-nos quando (Guebuza) mandou o grupo dele para mandar matar o Dhlakama onde havia jornalistas e os do Observatório Eleitoral enviados dele. Foi uma tentativa de praticar um crime, mas agora está envergonhado por estarmos vivos e agora estarmos a reagir para eles enquanto querem ainda nos matar. Por isso gritam, no Rio Save, e gritam aqui na Gorongosa. Até há gente que diz: mas se a guerra está em Sadjundjira por que é que atacam no Rio Save? Atacamos no Rio Save porque é ali onde passam todos os miúdos treinados em Maputo, com blindados e com tanques para virem aniquilar a Renamo. E qualquer estratega pensa em diminuir a intensidade da logística de quem ataca.
Escreva que falo para si em exclusivo mas dentro em breve convocarei uma conferência de Imprensa.
Dhlakama-gorongoza
Canal – Podemos publicar já ou é sigilosa esta nossa entrevista?
Dhlakama – Não é nenhum sigilo. Já passa um mês e meio que estou caladinho.
Canal – Mas presidente: nós Canal de Moçambique/Canalmoz ouvimos dizer todos os dias que o senhor já não estava vivo.
Dhlakama – Então é melhor publicar já. Publique já! Amanhã mesmo. Diga: falei com o Dhlakama e ele estava com um tom de poder, com um tom de satisfação, com um tom de desprezo pelo Guebuza e pela Frelimo. Escreva que o Dhlakama acha que pode chegar o dia de morrer mas não vai ser a Frelimo que o há-de matar. Porque não vai conseguir!
E escreva ainda que da mesma maneira que não me conseguiram matar, durante 16 anos quando havia cubanos, alemães do leste, russos, tanzanianos e zimbabweanos, não seria hoje com crianças e miúdos com idade dos filhos dele que podem matar o Dhlakama.
Canal – Hoje segunda-feira, 09 de Dezembro de 2013, seria mais um dia de conversações, em Maputo, mas não houve.
Dhlakama – Sim. Não há nada porque tudo ainda não está organizado e porque o Dhlakama se lembra ainda do dia 21 de Outubro em que seria morto. Estas coisas primeiro devem ser bem organizadas! Ainda estou a lembrar-me do Guebuza que ataca o Dhlakama e depois marca reuniões em que a data do encontro é tudo uma confusão.

“Matar o Dhlakama é acelerar a revolução”

Canal – Mas o senhor acha que realmente o que o senhor Guebuza quer é matá-lo?
Dhlakama – Com certeza. Quer matar-me só que não está a conseguir.
Canal – Desculpe levar a conversa para este outro ponto: Acha que a Renamo acaba se o matarem?
Dhlakama – Se eu dissesse que sim estaria a seguir a estratégia do Caso Savimbi. Penso que não! O que posso dizer é que matar o Dhlakama é acelerar a revolução.
O Dhlakama tem generais mais novos. O Dhlakama já tem 60 anos mas tem rapazes que são generais com 35 anos, treinados pelo Dhlakama, que não haveriam de tolerar que me matassem. Se o Dhlakama tem tolerado durante estes últimos vinte anos ser atacado sem responder, de facto a geração nova de generais que o Dhlakama treinou e lutou com eles, esses podem surpreender o mundo e surpreender a Frelimo.

“A morte de Dhlakama não é o fim da Renamo”

A morte de Dhlakama não é o fim da Renamo, assim como a morte do André Matsangaice, em 1979, não foi o fim da Renamo. Podia ter desaparecido quando o André morreu. Agora com mais pessoas e generais que são mais radicais, em 24 horas podem pôr a Frelimo a desaparecer. Mas, se isso não acontece, é porque o Dhlakama tem outra formação, tem por natureza outro comportamento e é tolerante. A morte do Dhlakama deixou de ser um perigo que possa ditar o fim da Renamo.
Canal – Muitos observadores concordam com essa sua visão (de que a morte de Dhlakama não é o fim da Renamo) mas parece que o assalto a Sadjundjira de facto tinha o objectivo de fazer com que o presidente da Renamo deixasse de existir.
Dhlakama – Não, não, não, não! Não vamos dizer assalto a Sadjundjira. Vamos dizer ataque a Sadjundjira. Porque se eu for atacar o palácio não quero matar os filhos, nem a mulher, nem qualquer trabalhador; quero atingi-lo a ele, porque ele é que vive aí. E atacar Sadjundjira, o sítio onde todos os jornalistas vinham, não era um sítio escondido e até bebíamos cerveja com o administrador e os meus guardas. Éramos família. Num dia em que eu acabava de fazer um discurso sobre o 17 de Outubro em que falava do desenvolvimento de infra-estruturas, de eleições livres e transparentes, na presença de jornalistas de renome, atacam a minha residência. Não restam dúvidas que era uma tentativa de matar o Dhlakama para acabar com a Renamo como aconteceu com o MPLA e com a UNITA. Não acertou. Foi uma estratégia errada.

“Pazes com Daviz? Para quê?”

Canal – O senhor estaria disposto a fazer as pazes com Daviz Simango?
Dhlakama – Não! Para quê?
Canal – Muita gente, na opinião pública, defende que o senhor e o engenheiro Daviz Simango, sem terem que se juntar deviam fazer as pazes como o senhor fez com Raul Domingos.
Dhlakama – Mas eu vou dizer-lhe o seguinte: eu sei que o meu amigo apesar de ser branco é beirense. O Daviz é da Machanga e eu também sou de Chibabava e por natureza eu e o Daviz somos mandaus. Quem é que é mau? – Eu reconheço que o engenheiro Daviz Simango é um engenheiro da construção civil. Quem meteu o Daviz Simango na política fui eu, contra tudo e todos. Contra o meu partido, em 2003. O Daviz Simango andava em Inhambane a construir casas. Eu é que o fui buscar. Não por ser Ndau. Achei naquela altura que podia ser o nosso candidato na Beira, contra todos. Diziam-me que o pai é traidor. Mas o miúdo, com a ganância do poder estragou tudo. Eu é que disse ao povo da Munhava: votem neste!
Mas ele fez o que fez, falcatruas, começou a corromper-se e começou a estragar tudo. Pronto! E em 2008 dissemos que já não podia continuar como candidato. Eu Afonso Dhlakama não fui à Beira desmentir e pedir para que os beirenses não votassem nele. Ele continuou a dizer “Papa Dhlakama” e tudo…
Apesar de ser mandau ninguém votou no Manuel Pereira e eu nem apoiei a candidatura dele. Nem fui à Beira para dizer “abaixo o Simango” ou “agora viva o Manuel Pereira”.
Isto é para as pessoas entenderem bem. Ele tem de entender quem o meteu na política. Ele tem de reconhecer: o pai é o pai.
E veja lá!: os beirenses da Renamo, porque não quiseram que a Frelimo levasse a Beira, votaram nele (Daviz Simango). Não porque é boa pessoa…Mesmo aquele miúdo machuabo, Manuel de Araújo, sabe que o Dhlakama se quisesse pô-lo fora, podia. Os membros da Renamo porque não quiseram que o Município de Quelimane esteja com os comunistas, voltaram a votar nele agora.
Mesmo em Nampula as pessoas não foram votar, mas mesmo assim deram a vitória ao MDM. Era vingança: a Renamo não veio aqui mas nós não podemos deixar esses da Frelimo ganharem aqui. Tal e qual como aconteceu com o Venâncio, em Maputo. Se tudo tivesse corrido bem, havia de ganhar. Não tem nada a ver com o MDM. É tudo contra o Guebuza, porque a Renamo não concorreu.
As pessoas devem ter consciência de que é o fim do MDM no dia em que a Renamo concorrer.
Agora respondendo à sua pergunta: cabe ao Daviz pedir desculpa porque é um miúdo que nós criámos. Mesmo aquele irmão dele mais velho – aquele traidor – fui eu que pus na Assembleia da República em 1999 com a Renamo-União Eleitoral…foi ele que andou a aliciar os membros da Renamo para irem para o MDM. No dia em que o Dhlakama andar a mobilizar as pessoas, todos aqueles vêm e o MDM vai ficar a zero.
Agora se me perguntar: está disposto a fazer com que o MDM viva mais dez (10) ou vinte (20) anos, posso dar cinco (05) anos, posso dar vinte (20) anos, porque veja lá: não há sequer um que não tenha sido Renamo, a partir da Beira até Nampula !
Agora, eu posso dizer que no dia em que o partido e o Daviz, humildemente se “ajoelharem” porque ofenderam muita gente…É que ele tem dezasseis 4×4 e eu não tenho nem uma barraca…isso não é traição?

“Eu sei que a Frelimo já perdeu agora!”

Canal – Mas a questão que as pessoas põem vai para além de tudo o que se passou. As pessoas o que dizem é que, se a Frelimo, a Renamo e o MDM entrarem, se os três entrarem a Frelimo perde as eleições…
Dhlakama – Eu sei que a Frelimo já perdeu agora! Veja lá meu irmão: 80% não foi votar do Rovuma ao Maputo, nos Municípios. Não foi porque a Renamo andou a disparar e as pessoas pensaram que “se for votar vão-me matar”. 80% não foram votar e isso significa que as pessoas não estavam satisfeitas. Concordaram com os argumentos da Renamo. Se a Renamo tivesse ido a eleições limparia tudo isto! Você como jornalista e todos podem ver que a Renamo conseguiu que as suas políticas fossem concordadas pela maioria.
Canal – O senhor acha que a abstenção é uma resposta ao seu apelo, ao apelo da Renamo?
Dhlakama – Sim, senhor!!! Afinal de contas você viu alguém atacar a Beira ou atacar aonde para as pessoas não irem votar? Foi uma questão política! E votando como não o regime não vai mudar. Por isso a maioria não foi votar. Meia dúzia foi votar. Os que não foram votar foram organizados por um partido organizado. Não foi preciso dizer a quem vai votar que vamos matar. E se andássemos a disparar em redor ninguém mesmo teria ido votar.
A Renamo demonstrou que se votarem o regime mesmo assim vai continuar.  Se a Renamo tivesse concorrido, seria o fim do MDM.
Agora quando me pergunta se o Dhlakama e o Daviz Simango podem fazer as pazes, dependerá dele como miúdo que tentou trair o próprio pai.

Guebuza vai sair se não vão matá-lo

“A Frelimo já o mandou passear”
Canal – Acha que o senhor Guebuza vai mesmo deixar a Presidência ou vai tentar se impor?
Dhlakama – Eu sei que vai deixar, porque se tentar impor-se vão lhe matar. Ele vai deixar. A partir do dia 22 vai deixar.
O que (Guebuza) pode fazer é tentar impor a sua influência, tentar pôr uma Teresa ou uma Maria qualquer que vai obedecer a ele e quando for eleito não venha a levar Guebuza para a prisão, por causa dos roubos. De certeza que Guebuza não vai concordar com figuras importantes que lhe possam complicar se for presidente da República. Mas ele vai deixar (o cargo de Presidente). Vai ter de deixar porque se não vão-lhe fazer como fizeram noutros países.
Canal – Falou no dia 22. O que quer dizer esse dia 22?
Dhlakama – Eu sei que dia 22 (deste mês) vai começar a reunião do Comité Central (da Frelimo) que tem dois pontos de agenda. PONTO UM: analisar por que é que a Frelimo teve derrota e por que é que as pessoas não foram votar no dia 20 de Novembro. PONTO DOIS: a indicação do substituto como presidente do partido Frelimo.
Canal – Já ouviu alguma coisa sobre o possível substituto do senhor Guebuza?
Dhlakama – Não!! Eu sei que há muitos candidatos. Sei que há candidatos do Partido Frelimo e depois há os candidatos da preferência dele como pessoa. Em África às vezes os comunistas fazem isso; não dão liberdade ao partido. Pensam em continuar a mandar. Mas a Frelimo já o mandou passear. Ele tentou fazer essas brincadeiras mas acho que já não consegue. Tentou ter as Forças Armadas, o SISE, os funcionários. Ele estava apostado em pessoas sujas, como ele, corruptas e analfabetas. Mas eu não sou membro da Frelimo para fazer juízos. Apenas estamos a acompanhar isso.
Paz ainda este ano?

“A guerra dos 16 anos durou muito porque não havia investimento estrangeiro”

Canal – Presidente Dhlakama, acha que vamos ter paz este ano?
Dhlakama – Vamos ter!
Canal – Este ano?
Dhlakama – Este ano pode não ser, mas em Janeiro ou Fevereiro vamos ter. Sabe? Eu estou convencido! Sabe por que é que eu estou motivado?
Canal – Diga, diga!…
Dhlakama – Os americanos estão a fazer a prospecção de gás e petróleo na Bacia do Rovuma. Os navios norte-americanos por dia estão a gastar 01 milhão de dólares. Já andam nisto há muitos meses. Num mês gastam trinta milhões de dólares ou mais. Mesmo os brasileiros, da Vale, e os australianos, da Rio Tinto, em Moatize/Tete estão a gastar muito a investir. Nas areias pesadas, em Moma, estão a gastar muito. Várias prospecções estão a ser feitas por franceses, britânicos, portugueses…eu não quero por isso aceitar que esses países permitam que a Frelimo continue a fazer desmandos para obrigar a que a Renamo destrua tudo.
A guerra dos 16 anos durou muito porque não havia investimento estrangeiro. Era tudo estatal ou para-estatal. Por isso os zimbabweanos entraram para destruir tudo ao proteger o Corredor da Beira. Por isso tanzanianos e cubanos entraram. Hoje a comunidade internacional não vai permitir que alguém entre para destruir um, cinco, dez biliões de dólares investidos, antes de haver retorno. Quer na Renamo, quer mesmo os grandes quadros da Frelimo já têm carpintarias, moageiras, muitas coisas e não querem que essas coisas sejam afectadas pela guerra.

Mensagem aos soldados governamentais

“Estão a morrer para manterem Guebuza no poder, a roubar tudo em Moçambique”
Canal – Tem alguma mensagem para os soldados governamentais?
Dhlakama – Abandonem a luta contra a Renamo porque é uma luta sem justificação!
Canal – Acha que já estamos em guerra civil?
Dhlakama – Não estamos em guerra civil porque os jovens nem sabem, nem estão a entender por que é que estão a lutar. Estão a lutar só para defenderem os interesses do Guebuza e das suas filhas(os).
Todos os militares sabem que aqui em Sadjundjira fogem 30 a 40 por dia; em Casa Banana, em Marínguè, mesmo na Ponte do Rio Save 20 a 30 fogem por dia, outros vão presos, outros largam as armas e vão para o Zimbabwe e para a África do Sul porque não entendem por que é que estão a morrer.
Sabem que estão a morrer para manterem Guebuza no poder, a roubar tudo em Moçambique. É totalmente diferente de guerra civil.
Canal – O que é que os civis devem fazer entre Muxúnguè e o Rio Save? Devem deixar de passar ou podem continuar a passar desde que não tenham nas suas viaturas soldados ou polícias?
Dhlakama – Meu amigo. No dia 17 de Outubro fiz uma declaração a desafiar o Governo da Frelimo para deixar de haver colunas. Com uma BTR à frente a 150 kms, depois deixam os carros sozinhos. É atacada e depois pegam numa criança e dizem que a Renamo atacou civis…
Eu gostaria que declarássemos cessar-fogo entre Muxúnguè, Chibabava, minha terra, até ao Rio Save porque aquilo não significa nada; é só um negócio sujo… Não serve para nada. Os camiões são obrigados a pagar aos militares para correrem e deixarem os carros sozinhos. A Renamo não ataca civis, ataca militares.
E ataca militares porque a maioria que escraviza o Centro e o Norte provém da Região Sul. Vêm para paralisar ou matar os “chingondos”. Qualquer general sabe que se deve fechar o caminho por onde passa a logística de quem ataca.
Os civis devem saber que é por ali que passa a logística de quem vem atacar Sadjundjira e Dhlakama.
A Frelimo faz campanha e diz que a Renamo não é nada. Depois um civil morre. Devem saber que essa propaganda é conhecida!
Todos os generais sabem, generais americanos, franceses…sabem que um exército quando está a perder leva crianças e mulheres grávidas para dar a entender que “aqueles do mato é que estão a matar”. Mas não é isso: o que se passa em Muxúnguè é um negócio que a Frelimo está a fazer. No dia em que deixar de passar a logística da Frelimo para virem atacar em Sadjundjira, a Renamo e Dhlakama, os civis vão poder passar à vontade. Aliás, a guerra acabou em 94. Em 22 anos de guerra nunca fechámos o Save. Agora fazemos isso porque a Frelimo nos ataca e veio atacar Sadjundjira.



– IACM NA POSSE DO RELATÓRIO DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR

O Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) disse estar na posse do relatório preliminar da investigação das causas que levaram a queda do avião das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que vitimou 33 pessoas (27 passageiros e seis membros da tripulação).

A aeronave, voo TM470, que seguia com destino a Luanda, capital angolana, despenhou na tarde de 29 de Novembro na região norte da Namíbia, no Parque Nacional de Bwabwata, vitimando todos os que iam a bordo.

sábado, dezembro 21, 2013

À procura de um político

Só é possível quando os que procuram é a maioria.

Em voz Baixa (Savana)

So para recordar o Diz-se...diz-se do savana do dia 06/12/2013


Será que Nampula vai ser rebaptizada como a capital dos prantos? Depois de choros da candidata inconsolável, conta-se agora o caso de uma funcionária sénior da contagem de votos que de tão pesarosa com os resultados dos camaradas, chorou das duas as seis da manhã. Depois foi para o hospital acometida de súbita doença...

Da necessidade dum diálogo político nacional

Por Elísio Macamo

Na semana passada fui a Maputo participar num seminário que reuniu alguns académicos preocupados com a situação política que se vive no País. Foi um excelente encontro que me mostrou uma coisa muito importante: é possível discutir o País a partir de sensibilidades políticas e ideológicas diferentes e, mesmo assim, identificar plataformas a partir das quais sejam possíveis alguns consensos. Houve, basicamente, duas linhas de pensamento. Uma relegou o problema político geral à hostilidade da nossa cultura política às liberdades do cidadão, enquanto que a outra linha responsabilizou uma cultura de Estado pouco comprometida com o bem comum. Apesar destas posições divergentes os participantes chegaram à conclusão de que os problemas são bem maiores do que os dois interlocutores, nomeadamente o Governo e a Renamo. Seria do interesse desses actores que o diálogo fosse mais includente uma vez que ele está a tratar dum problema nacional, não dum problema entre dois partidos políticos. O Governo tem toda a legitimidade de se mostrar céptico em relação a uma conferência nacional uma vez que ele é legítimo e tem de defender, acima de tudo, a constituição. Ninguém pode pôr em causa um argumento de tanto peso quanto esse, ainda por cima quando se está a lidar com uma situação em que um partido político desafia o Estado de forma violenta. Não obstante, as mesmas razões de Estado que exigem a defesa da constituição tornam politicamente prudente uma outra postura. Há, no seio do governo, muita gente de bom senso que não vai ficar indiferente à necessidade de abertura do diálogo político.

Nampula: Queda de parede em escola provoca morte de três alunos

Três jovens morreram e outros três ficaram gravemente feridos na quinta-feira após o desabamento de uma parede de uma escola primária da cidade de Nampula devido às chuvas, disse hoje o director da instituição.
As vítimas mortais e os feridos tinham idades compreendidas entre 12 e 14 anos, segundo avançou Atuhur António, o director da Escola Primária de Mutomote, que explicou que os alunos se encontravam a consultar pautas de classificação anual na altura do acidente.

Uganda: Decretada prisão perpétua para homossexuais

O Parlamento de Uganda aprovou um projecto de lei para endurecer a punição contra actos homossexuais, incluindo a prisão perpétua para reincidentes. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Parlamento, Helen Kawesa.
A medida anti-homossexualismo torna um crime punível com uma sentença de prisão não informar à polícia quem é homossexual.
A cláusula que incluía a pena de morte para algumas ofensas, prevista no esboço de lei apresentado ao Parlamento do Uganda em 2010, foi retirada. O projecto de lei foi condenado por líderes mundiais como "draconiano" desde o início do seu debate.

sexta-feira, dezembro 20, 2013

AS MINHAS IMPRESSÕES SOBRE O INFORME DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

Por Edgar Barroso

Eu entendo que todo o discurso político é, ou deveria ser, um conjunto de argumentos que tende a dar uma visão persuasiva daquilo que um determinado indivíduo ou grupo de indivíduos pretende para o melhoramento da condição de vida de um determinado colectivo, no presente e no futuro. Geralmente, é uma tentativa de imposição da vontade/visão/opinião de uma pessoa ou de um grupo de pessoas sobre o estado geral de coisas que afecta as vidas de um todo (comunidade, sociedade, povo, etc). Para que os outros acreditem nessa vontade/visão/opinãio, o discursante usa artefactos retóricos que de uma ou de outra forma manipulam os afectos, os sentimentos e as emoções de quem o ouve e tendo como fim último convencê-lo a acreditar na sua verdade ou versão das coisas, dos factos e de determinados eventos. Por outras palavras, quem faz um discurso político tem como principal objectivo mostrar à sua audiência que o seu ponto de vista é o mais coerente, correcto e o melhor a ser escolhido, seguido ou apoiado pelos que o escutam.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Informe Anual do Presidente da República

Informação Anual do Chefe de Estado, Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, à Assembleia da República sobre a Situação Geral da Nação. Ler aqui

Maputo, 19 de Dezembro de 2013

Moçambique -"Ele pensa..."

Moçambique -"Ele pensa..." (1)
A "GUERRA"
-Apresentamos (numa transcrição à letra), o pensamento do politico Daviz Simango

-"Onde morre um cidadão, é motivo de um Governo parar e pensar... mas aqui não! Morre um cidadão, ninguém liga.

...Já imaginaram quanto dinheiro se gastou com ofensiva militar(?)... se fosse para dar aos jovens enxadas, tractores, quanto teriam hoje?
Então não há estratégias de combate ao desemprego nem do combate da pobreza, não à...

E lembrem-se duma coisa, onde há guerra, quem vive bem? -São 'eles'! Têm tudo que querem, a hora e tempo. Então não lhes interessa que as coisas (guerra/instabilidade) parem...
Então, é esse o desafio que nós temos. Por exemplo, pegar naqueles guerrilheiros e dizer 'meus amigos, vamos abrir uma empresa publica-privada. Emprego para todos. Vocês querem armas para guarnecer chefes, estão aqui armas licenciadas (registadas).' No fim do mês cada um tem o seu salário, tem a sua vida. Aquelas bases ali são zonas sólidas para desenvolver..."

Fonte: Magazine CRV - 19.12.2013

Sobre as propostas da Comissão Política da Frelimo para candidatos a candidatos presidenciais pela Frelimo

Por Carlos Nunes Castel-Branco 

Desde que foram anunciados os nomes dos pré-candidatos da Frelimo (candidatos a candidato da Frelimo para as eleições presidenciais) o debate no facebook não tem cessado.

Por um lado concordo que as três figuras não parecem representar alternativas ao figurino actual. Se há uma opinião próxima de consenso, é que este G3 não serve. Por outro, concordo que embora a Frelimo, como qualquer outro partido, seja soberana para fazer as suas escolhas, o seu peso político na sociedade faz com que essas escolhas tenham um impacto que vai muito para além do partido e afecta, ou pode afectar, a vida de milhões de pessoas. Portanto, é normal que as pessoas se preocupem.

quarta-feira, dezembro 18, 2013

ONDE ESTAMOS? PARA ONDE CAMINHAMOS?

A opinião de: António Frangulius*

Achegas sobre a Legitimidade de Actuação da Polícia nas Eleições

O princípio democrático da organização do poder político implica que todos os seus órgãos e os seus respectivos actos exibam uma legitimação democrática, seja directamente através de eleição dos seus titulares, seja indirectamente através da sua responsabilidade perante os órgãos eleitos.

Este é o Modelo que nós escolhemos em 1990, abandonando o Modelo nascido da Revolução Russa de 1917, de partido único, controlo absoluto do partido sobre o Estado. O modelo do Estado Centralista e de poder concentrado Estalinista. O Estado de inexistência de entidades públicas autónomas. O Estado de inspiração Marxista-Leninista.

Sinal de autoritarismo e desrespeito às liberdades

Segundo agenda 2025, temos a realçar que foram registados avanços importantes nas liberdades e direitos dos cidadãos, particularmente, quanto à liberdade de pensamento, de expressão, de informação e de opinião, embora se verifiquem alguns sinais inquietantes que indiciam um certo autoritarismo e desrespeito a essas liberdades.
O desenvolvimento em liberdades constitui um desafio para que haja respeito pela diferença, coesão nacional, inclusão social e económica.
Uma maior abertura crítica e auto-crítica e o diálogo mais profundo fortaleceriam a democracia e evitariam a ameaça de ocorrência de solavancos graves no desenvolvimento económico que se almeja.”

Fonte: O País - 18.12.2013

Rádios comunitárias moçambicanas acusam Frelimo de intimidar duas estações

O Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM) de Moçambique acusou hoje "elementos associados à Frelimo", no poder, de terem intimidado jornalistas de duas rádios comunitárias da região de Quelimane durante as eleições autárquicas de novembro.

Primeira Comissão pondera retirar crime de adultério do projecto do Código Penal

Proposta não colhe consenso na Assembleia da República

A Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (CACDHL) poderá retirar o crime de adultério do projecto de lei de revisão do Código Penal (CP), em debate na Assembleia da República.

Comandante da Polícia em Nampula nega visita de secretário da Renamo a militantes detidos

O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, disse hoje que o comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, Alfredo Mussa, o proibiu de visitar 35 membros do maior partido da oposição detidos naquela cidade.

Sociedade civil considera “ridícula” proposta dos deputados

Criminalização do adultério no Código Penal

Para os activistas sociais, a Assembleia da República deve adoptar medidas de sensibilização para desencorajar a prática, ao invés de levar o caso para o lado punitivo.

terça-feira, dezembro 17, 2013

PONTO DE VISTA - As mentiras da paridade (2)

Todos, conforme tenho defendido, concordam com esta premissa: para legitimar os processos eleitorais, em nome do Povo, tem de ser um alguém independente e imparcial.
É por isso que não vejo virtudes na instrumentalidade da paridade defendida pela Renamo, pois ela não garante a imparcialidade, como também concordo com quem pensa que a imparidade não pode, de modo nenhum, por maioria de razão, ser a forma alternativa da sua garantia.
A questão que se pode pôr é: como garantir uma tal Comissão actuando com independência e com imparcialidade?

Líder da Renamo confirma contactos com a Frelimo

Em entrevista à RTP e à agência Lusa, Afonso Dhlakama declarou que mantém a vontade de um entendimento com o partido no poder em Moçambique e afirmou que os ataques das suas forças são apenas defensivos. escute aqui

Adultério poderá passar a crime

Prevê projecto de lei de revisão do Código Penal em debate na AR
O crime de adultério poderá impor-se em casos em que haja queixa e acusação do cônjuge que se achar ofendido, devendo apresentar, como provas, flagrante delito, cartas e outros documentos escritos.

Comité Central poderá propor outros candidatos

Sucessão de Armando Guebuza decidida entre Fevereiro e Março
A decisão final sobre o próximo candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 2014 caberá ao Comité Central do partido Frelimo. Embora a Comissão Política tenha escolhido Alberto Vaquina como seu candidato preferencial, acompanhado por José Pacheco e Filipe Nyusi, o Comité Central pode, à semelhança do que fez em Junho de 2002, propor novos candidatos ao escrutínio. Tudo vai depender do lobby que os candidatáveis irão desenvolver nos próximos dois meses.
Três cenários possíveis

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Afonso Dhlakama rejeita que Renamo esteja a matar civis em Moçambique

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde outubro está em parte incerta "mas em Moçambique", disse hoje à Lusa que os seus homens se limitam a responder aos ataques do exército, rejeitando responsabilidade na morte de civis.

Um partido chamado MDM

Um estreante ousado!

O partido fundado em Março de 2009 conquistou, quatro anos depois, 341 assentos em 50 assembleias municipais e o número ainda vai subir...

O partido Frelimo tem 822 assentos em 52 assembleias; ASSEMONA tem sete (7) assentos em uma assembleia e a AAUPEC tem um (1) assento também em uma assembleia municipal

Por Borges Nhamirre

Nascido num contexto de partidos pequenos fracassados, a “morte” do MDM foi vaticinada logo após as eleições presidenciais de 2009, nas quais conseguiu a proeza de fazer eleger oito deputados. Mas nestas últimas eleições autárquicas provou o contrário. O MDM conseguiu aquilo que nenhum outro partido conseguira em Moçambique, para além da Frelimo. Está representado em 51, dos 53 municípios e governa três das quatro cidades mais importantes do País.

Hosanas à carta de Castel-Branco

Por: João Baptista André Castande

“O Príncipe fica obrigado pelas mesmas leis com que obriga os súbditos, pois o modo de vida de todos os membros de uma República há-de ser, se não obstar motivo particular, um só e comum”– Gaspar Gonçalves,in “Estudos Sociais e Políticos”,edição do InstitutoSuperior de Ciências Sociaise Política Ultramarina, LISBOA, 1967, Volume V- n.o3.

1. Apraz-me sobremaneira verificar que o concidadão de nome Florentino Chassafar, que em pessoa não conheço, foi o único dos onze membros do Conselho Nacional da Comunicação Social (CSCS) que não assinou a deliberação através da qual este órgão do Estado condena, com veemência, alguns jornais da praça que publicaram um texto alegadamente contendo termos insultuosos ao Chefe de Estado moçambicano.

Candidato da Frelimo só em 2014

A III Sessão do Comité Central da Frelimo só deve reunir em finais de Fevereiro ou então no inicio de Março de 2014, e não a partir do dia 22 de Dezembro corrente como vinha sendo propalado nos últimos dias.
De acordo com a última edição do jornal domingo, citando uma fonte interna da Frelimo, a reunião de eleição do candidato da Frelimo não deverá acontecer este ano, mas sim, em Fevereiro ou Março.
Tal como tínhamos também avançado, as fontes internas citadas pela Frelimo entendem ser pouco provável que o Comité Central tenha um candidato diferente dos 3 já apresentados pela Comissão Política.

Fonte: MEDIA FAX  in Macambique para todos – 16.12.2013

Castel Branco desconhece qualquer procedimento criminal contra ele

O Prof. Carlos Nuno Castel Brano, autor da polémica e bastante comentada carta de opinião dirigida ao Presidente da República ainda não foi notificado, contrariamente a informações públicas que correm dando conta da sua notificação em torno do procedimento criminal que, segundo se diz, foi ordenado pelo Procurador Geral da República, Augusto Paulino.

EUA não renovam segundo compacto do MCA

A decisão foi baseada no desempenho moçambicano durante o primeiro compacto, nos acontecimentos políticos em curso e no empenho em completar e sustentar os investimentos iniciais.

O governo americano não vai contemplar Moçambique com o segundo compacto do “Millennium Challenge Account” (MCA), destinado a financiar infra-estruturas socioeconómicas em países em desenvolvimento.

domingo, dezembro 15, 2013

Mujica pensa em adotar 40 crianças ao final de seu mandato

O presidente do Uruguai, José Mujica, pensa em adotar entre 30 e 40 crianças e jovens pobres para ensinar-lhes a trabalhar com a terra.

'Tenho a ideia de agarrar 30 ou 40 guris pobres e levá-los pra viver comigo', revelou o líder durante um jantar para arrecadar fundos organizado na sexta-feira pela coalizão governante de esquerda Frente Ampla.
O chefe de Estado disse a um jornalista do jornal 'El Observador' que pensa em concretizar seu desejo depois que tirar 'a roupa folgada' que lhe pesa, em alusão ao mandato presidencial, destaca o site da publicação. Ler mais

Fonte: Exame.com - 15.12.2013

O legado de Mandela parece desvanecer-se na África do Sul

O seu partido, o ANC, está no quinto mandato presidencial consecutivo e vários dos seus membros envolveram-se em corrupção enquanto a grande maioria dos sul-africanos continua tão pobre como há 15 anos atrás, após o fim do Apartheid.
(...)
“Quando saí da prisão, era essa a minha missão, a de libertar o oprimido e o opressor. Há quem diga que já foi conseguido. Ma sei que não é assim (…). Não demos o último passo do nosso percurso, apenas o primeiro de um caminho mais longo e ainda mais penoso. Porque ser livre não é apenas quebrar as correntes, mas viver uma vida que respeite e estimule a liberdade dos outros (…). Descobri que depois de subir uma montanha percebemos que continua a haver muitas montanhas por transpor” Nelson 
#Mandela (1918 - 2013)

In @Verdade – 15.12.13

Joyce Banda bids Mandela farewell

Joyce Banda bids Mandela farewell: Speaking at his funeral service in Qunu, Malawian president Joyce Banda bid Nelson Mandela a moving farewell as she spoke about his strength of character.

sábado, dezembro 14, 2013

Said by Nelson Mandela

I never accepted to be treated differently as the other prisoners, because The biggest mistake a leader can make is to allow the enemy to treat him differently. (Nelson Mandela)

In Jerry Revelador

O drama do recrutamento compulsivo

A história que parece retirada dos cenários de Hollywood retrata o drama de alguns jovens recrutados na cidade da Beira e que viveram um inferno nas matas de Gorongosa. @Verdade conversou com um jovem que decidiu contar a sua história, mas recusou mostrar o rosto. As feridas de um acto inquinado de ilegalidade vão levar tempo a cicatrizar. Ainda assim, a vida de Joaquim* jamais será a mesma... Não foi fácil arrancar palavras de um jovem que sobreviveu ao recrutamento militar compulsivo e à densa mata da província de Sofala.

Jornalistas moçambicanos acham que podem estar a ser alvo de intimidação

Em Moçambique editores de dois jornais foram ouvidos esta sexta-feira (13.12.) pela PGR no âmbito da publicação de uma carta aberta do investigador Carlos Nuno Castel-Branco. A missiva crítica o Presidente da República. Ler mais

Ninguém nunca notificou Guebuza

Um pouco antes de entrar na sala de audiência onde seria ouvido na companhia do seu advogado, Fernando Veloso levantou um aspecto no mínimo curioso. Disse ser importante recordar que nunca alguém processou o cidadão Armando Guebuza, que actualmente é Presidente da República, por ter chamado “tagarela, apóstolos da desgraça” aos cidadãos moçambicanos.

“Como não disse (Guebuza) a quem se dirigia presumimos que estava a dirigir-se a todos, mas ninguém processou o senhor Armando Emílio Guebuza”, disse, acrescentado que, com isso, entende-se deve ao facto de os moçambicanos terem já assumiram que querem um Moçambique democrático.

Fonte: @Verdade - 14.12.2013