sábado, agosto 08, 2015

Asssaltos às residências, estupro e assassinatos em Moçambique

A 24 de Janeiro do corrente ano,  Abdullah Abou-Shakur  escreveu um artigo sobre a insegurança em Nacala-Porto devido à prática de crimes horríveis: assalto às residências roubando –se bens e violando-se sexualmente as mulheres duma, forma muito humilhante à mulher moçambicana e não só, mas também, aos filhos, pais, tios, irmãos, primos, maridos e amigos. Os únicos que não são humilhados são os tais "rapists”, os estupradores.

Uma violação sexual em grupo e em frente de membros da família devia ser nojento para os próprios violadores, bastaria que imaginassem que isso fosse com a sua mãe, irmã, sobrinha ou tia, avó, mulher ou amiga a quem vão encontrar em casa imediatamente depois do crime. Como se sentiram? Como encarariam se conhecesse o estuprador? Este tipo de crime é frequente nas zonas de guerra e não raras vezes ouvimos relatos por exemplo de Congo Kinshasa.

Este tipo de crime não ocorre apenas em Nacala-Porto. Temos acompanhado pelos jornais que ocorrem em quase todo o país. Já se reportaram casos de Chimoio, Maputo e ainda esta semana na Cidade de Nampula. No caso de Nampula, a vítima foi uma agente da polícia. Ela foi violada sexualmente e assassinada por um grupo de criminosos.

A ocorrência de estupro nas zonas de guerra por soldados se não for por falta de disciplina (poucos casos), tem se interpretado como manifestação de ódio com intenções para humilhar o lado inimigo.

E como se explica o caso que ocorre em Moçambique e sobretudo nas zonas urbanas? Não estamos perante um inimigo com intenções de nos humilhar?

P.S1: Tenho muitas questões que aqui não cabem, mas mais do que apenas questionarmos, há que ENCARARMOS o problema com seriedade.  Há que discutirmos sim sobre o que juntos podemos fazer.

P.S2: Às mulheres apelo que parem com o silêncio e tomem a iniciativa para exigirem  o fim do estupro organizado com detenções e punições exemplares aos malfeitores. Mulher deputada, mulher ministra, mulher governadora, mulher comandante, mulher directora, mulher professora, mulher jurista, mulher polícia, de quê e quem esperas? Aja agora e o homem que é homem se engajará nessa luta! 

1 comentário:

Anónimo disse...

Todos gostaríamos que o nome de Moçambique fosse associado a uma nação que, embora pobre, primava pelos valores morais. Sentíamos vaidade em dizer que Moçambique era o nosso país, mesmo quando nos lembrávam que éramos muito pobres, Podíamos sempre lembrar que tínhamos esperança de mudar para melhor e trabalhávamos para isso. Estive fora do país, já lá vão 30 anos, e ainda ouvi muitos comentários como, "os moçambicanos são muito educados", "o moçambicano é um bom trabalhador e é honesto", "depois da independência de Moçambique nota-se que o moçambicano se sente livre e orgulhoso disso mas sabe respeitar os estrangeiros sem ser subserviente"!
Nos últimos anos, já não nos distinguimos nem somos vistos acima dos outros da nossa região ou continente. Já nos atiram em cara que a criminalidade cresce, as nossas cidades são sujas e não há segurança, o nosso tráfico é caótico e os nossos transportes públicos ou privados, são humilhantes e assasinos, as nossas estradas piores que a selva.
Quem comete os crimes de violação - para só citar este e como lembra o artigo anterior, ofende os próprios animais da selva - conhecem algum em que o macho violenta a fêmea sem o consentimento dela? Ou violente os seus filhos por sexo? Ou os seus semelhantes ainda não adultos? E convide outros para fazerem o mesmo? E matem a criatura a seguir?
Quem escreveu este artigo lamenta como eu o estado a que chegámos na nossa sociedade. Não tenho mais nada a comentar, é demasiado triste e vexatório para quem partilha com estes criminosos uma nacionalidade.
Maria