terça-feira, agosto 25, 2015

Oito polícias sul-africanos condenados hoje pela morte de moçambicano

Oito polícias sul-africanos foram hoje considerados culpados de homicídio pela morte de um homem moçambicano, que morreu após ter sido arrastado atrás de um veículo da polícia há dois anos, segundo a agência France Presse (AFP).

Mido Macia, taxista de 27 anos, morreu sob a custódia da polícia em Fevereiro de 2013, depois de ser detido por ter estacionado o seu carro no lado errado da estrada.

Testemunhas filmaram o homem a ser detido, algemado à traseira de uma carrinha da polícia e arrastado centenas de metros pelo veículo em Daveyton, a leste de Joanesburgo.


Duas horas depois, foi encontrado morto na sua cela, numa poça de sangue.

O juiz Bert Bam, do Alto Tribunal de Petrória, condenou todos os agentes identificados no vídeo por homicídio.

Em sua defesa, os acusados alegaram que o taxista tinha resistido com violência à detenção e atacado um polícia.

O condutor da carrinha declarou que arrancou para escapar a uma multidão hostil que se tinha juntado no local, e que não sabia que o moçambicano estava algemado à traseira do veículo.

Descrevendo as alegações da defesa como "plenas de discrepâncias e improbabilidades", o juiz concordou com a acusação, que alegou que a polícia estava a "tentativa de ensinar uma lição ao falecido", por este ter insultado verbalmente o agente que o deteve.

Mido Macia estava a ser "detido ilegalmente" por uma violação de tráfico menor, afirmou o juiz, e estava por isso intitulado a resistir à sua prisão.

A vítima foi ainda agredida na sua cela, acrescentou, citando um relatório 'post-mortem' que encontrou extensas lesões na cabeça, lacerações e hematomas.

"Os ferimentos nos tecidos moles eram extensos e as contusões eram severas", afirmou, concluindo que "considerando todas as provas, é claro que o falecido foi agredido na sua cela".

Um nono acusado foi absolvido.

A polícia sul-africana é frequentemente alvo de alegações de brutalidade policial, mas condenações contra agentes são raras.

Os oito condenados vão conhecer a sua sentença a 22 de Setembro e poderão ter que cumprir uma pena mínima de 25 anos na prisão.

Fonte: LUSA – 25.08.2015

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