quarta-feira, dezembro 02, 2015

Rebelo de Sousa enumera factores críticos do sucesso de Moçambique

Marcelo Rebelo de Sousa, candidato à Presidência da República Portuguesa e reputado académico, deu azo à sua vocação de docente universitário e, na qualidade de orador  do I Grande Fórum Mozefo, que decorre de hoje até depois de amanhã no campus da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, enumerou aqueles que são, na sua perspectiva, os factores que  respondem ao tema do painel “O Futuro é Agora, Humanizando o Crescimento”: modelos realistas de desenvolvimento; um pacto social; um pacto político; o empoderamento da mulher, a aposta na educação e na juventude.
“O futuro não é agora - já começou, no final do Século XX, com a alteração do mundo bipolar, com a globalização, com a circulaçao de ideias e pessoas, com os movimentos de base social. E temos assistido a uma nova mudança, que é o travar das potências emergentes, o compasso de espera no próprio crescimento”, disse Marcelo, que partilhou o palco com Thabo Mbeki, antigo presidente da República de África do Sul, Graça Machel, activista social, e Joaquim Chissano, antigo presidente de Moçambique.
“E, a essa luz, os factores críticos são a criação de modelos realistas de desenvolvimento – a utopia é essencial para fazer mover as sociedades, mas é preciso não criar ilusões incompatíveis com o estado crítico da economia mundial”, alertou, recirdando que as expectativas que havia há dois ou três anos foram, entretanto, completamente desmentidas pelo devir da economia mundial.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa advoga a necessidade de estabelecer um pacto social – desde o sector público até ao privado, porque “uma sociedade só avança se houver uma comunhão que se traduza em comunidade”. E defendeu também a criação de um pacto político, porque “não basta o pacto social; é precisa a criação de consensos políticos estáveis, um pacto político que não leve a discutir tudo permanentemente”, declarou.
Por fim, tendo realçado “o papel fundamental da mulher na sociedade contemporânea”, e convocando todos, sem excepção, para as tarefas que se apresentam – desde as mulheres, até aos media e as organizações de base – Marcelo Rebelo de Sousa concluiu referindo que “o futuro somos todos, mas sobretudo os mais novos – a juventude”.
“Ainda bem que estamos num universidade, porque juventude quer dizer educação, formação”, enfatizou Marcelo Rebelo de Sousa, fechando com a síntese da sua comunicação que ée também todo um programa de acção para o futuro: “Adoptar um modelo realista, com um pacto social, tendo a certeza de que não há perturbação política na concretização desse pacto social, e apostar nos jovens, porque é para eles que estamos a trabalhar”.


Fonte: O País – 02.12.2015

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