quarta-feira, setembro 21, 2016

John Kerry desmantela G 40 a partir de Washington

Em operações perigosas na AIM

O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, desmantelou, em tempo útil, uma tentativa de manipulação de informação protagonizada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM) no âmbito da visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, aos Estados Unidos da América (EUA). A AIM cita John Kerry como tendo dito que precisava de conversar com o presidente Nyusi sobre a necessidade de se reduzir alguns níveis de violência que tem estado a ocorrer na forma de lidar com a oposição ou partidos da oposição, tendo acrescentando que, na realidade, o recrudescimento da violência em curso em Moçambique provém dos homens armados do movimento rebelde da Renamo, através de emboscadas nas principais estradas das províncias e ataques em postos de saúde, esquadras e outros alvos civis e militares.

“É verdade que a AIM irá inserir a sua própria edição e propaganda pró-regime nas suas matérias, mas isto torna-se mais pernicioso e enganador que o normal. Depois de citar directamente uma fonte é típico um comentário depois do parágrafo anterior.


Apesar do ponto de partida começar directamente e se for lido o suficiente rapidamente pode se perder onde terminam e começam os comentários de Kerry”, refere uma nota reactiva do gabinete de Kerry.
De acordo com a mesma nota, do gabinete de John Kerry, a intenção do secretário de Estado norte- americano é clara. “Ele fala da violência contra a oposição e é óbvio que está a falar dos esquadrões da morte e também assassinatos extra-judiciais de membros e deputados da Renamo”, refere a nota, acrescentando que a AIM declina a reconhecer a mensagem pretendida e substitui-a inteiramente por outro sentido. No final da contestação do gabinete de John Kerry, segue-se a descrição da conversa que teve com o presidente Filipe Nyusi, assim como o texto publicado pela AIM.

De resto, a substituição do jornalismo pela propaganda ao serviço do regime tem sido apanágio nos órgãos de informação públicos desde que se instituiu o G 40, um grupo de analistas e comentadores políticos escolhidos a dedo pelo partido Frelimo para emitirem opiniões a favor da Frelimo, do governo, contra a oposição e contra todos os discursos críticos ao poder político.

Semanas antes da viagem de Filipe Nyusi aos EUA, os operativos do G 40 foram accionados para tecerem severas críticas ao PR em virtude abrir espaço para uma auditoria forense internacional solicitada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
(A.Nenane)


MediaFAX, 20.09.2016

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