quarta-feira, novembro 16, 2016

UBA, o próximo a cair?

Economia aos trapos e crise na banca nacional

O Moza foi intervencio­nado. O “Nosso Banco” foi extinguido e o processo liquidatário está a correr. Publi­camente, se sabe que a situação de muitos outros bancos a operar no país, também não é boa. Muitas andam com uma situação prudencial no vermelho e a vassourada do Banco de Moçambique contra instituições financeiras “tóxicas” continua em curso. Nisso, a pergunta é: quem será o próximo?

O sector empresarial moçambicano também não tem dúvidas de que a mão dura e necessária de Rogério Zandamela, governador do Banco de Moçambique, vai, nos próximos dias, atingir outros bancos.

Nisto, falando a jornalistas, esta terça-feira em Maputo, após um encontro com uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI), chefiada pelo director adjunto do departamento africano do FMI, David Owen, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambi­que (CTA), o empresário Rogério Manuel, anunciou que o banco de origem nigeriana, United Bank for Africa em Moçambique (UBA), poderá ser o próximo a falir, ou a ser anunciado oficialmente como falido.

“Se formos a olhar para aquilo que é o índice que fez com que o Nosso Banco fosse à falência, tem um neste momento, que é o UBA, que está a mais ou menos ao nível. Digamos com uma diferença de 1% ou 2% do Nosso Banco. Este pode ser o próximo, como outros também que estão na praça, podem ser os próximos”, anotou presidente da CTA, sublinhando que muitas empresas estão seriamente prejudicadas por esta situação. Segundo Rogério Manuel, a situação está a criar insegurança e instabilidade total para o sector empresarial.

Segundo a fonte, diariamente empresas estratégicas estão a encerrar no país. Deste modo, disse o presidente da CTA, dentro de algumas semanas, a CTA irá manter um encontro com o Primeiro-ministro, para analisar o que está a ser feito e o que pode ser feito para dar um rumo diferente à economia nacional. Rogério Manuel não poupou críticas ao regulador do sistema bancário nacional, neste caso, o Banco de Moçambique.

“O que podemos dizer é que as empresas estão sendo prejudicadas. Prejudicadas porque temos um fiscalizador, ou regulador chamado Banco de Moçambique, mas ao longo dos últimos dez (10) anos, os bancos projectaram lucros que de uma forma incentivaram as empresas a fazerem depósitos nesses bancos comerciais e em um (01) ano esses bancos foram à falência”, lamentou Rogério Manuel. Em resultado desta situação, o responsável da CTA considera que todas as empresas estão prejudicadas, tendo em conta que nem um Metical de tantos milhões que depositaram naquele banco, terão.

Segundo se sabe, os depositantes individuais terão somente um reembolso máximo de 20 mil Meticais, que significa que quem tinha um depósito acima, vê também o seu dinheiro perdido.Nisto, o presidente da CTA revelou que a organização que dirige já tem agendado e já confirmado um encontro, na próxima semana, com o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, para clarificar estas questões e reclamar em relação a estas questões.

“Queremos saber onde é que estamos, o que queremos fazer e como é que queremos fazer”, apontou Rogério Manuel, numa clara declaração de insatisfação pela actual situação de falência de instituições bancárias sem aviso prévio e em claro prejuízo de terceiras pessoas singulares e colectivas.

E se o BM manter a posição?

Instado a pronunciar-se sobre a questão acima, o presidente da CTA disse que as empresas irão decidir sobre o que poderão fazer seguidamente. “Se é essa uma forma de se tirar o dinheiro ou desincentivar as empresas a fazer depósitos nos bancos nacionais, isso vai acontecer, porque ninguém, mas ninguém mesmo, irá querer fazer depósitos em bancos comerciais para depois acordar no dia seguinte dizerem que já não tem dinheiro”, lamentou sem esconder a sua insatisfação com a actual situação.

Relatórios bancários falseados

Questionado sobre se alguns bancos comerciais que operam no país não estarão a apresentar relatórios falsos sobre a sua situação económica no sentido de convidar mais e novos clientes, o presidente da CTA começou por dizer que não sabia, mas logo de seguida disse crer que não podia ser esse o problema, uma vez que os relatórios desses bancos são publicados nos jornais e, pela leitura feita dos referidos relatórios, tudo deixava garantias a qualquer empresário de que os bancos estão numa situação saudável financeiramente.

Segundo Rogério Manuel, muito antes do final do presente mês, a CTA irá se pronunciar, com mais propriedade, a volta da situação financeira e económica nacional.Refira-se que o actual rácio de solvabilidade do UBA situa-se na casa dos 9.5 por cento e, segundo dados em nosso poder, o Nosso Banco foi decretado como falido com um rácio de solvabilidade de 9.1 por cento . (B. Luís)


Fonte: MEDIA FAX – 16.11.2016

1 comentário:

Anónimo disse...

Essa informação esta totalmente errada e só induz o povo a não confiar no nosso sistema financeiro, e certo que devemos analisar melhor e ter cuidado, mas vejamos:

Esses Rácios são referentes ao ano passado 2015.
Neste ano o rácio de solvabilidade cresceu bastante para vários Bancos deixando-os numa posição melhor no mercado.

O rácio de solvabilidade do banco UBA deve estar mais que 25% pois é um banco muito solido com um investidor estrangeiro com muito potencial económico. O mesmo caso aplica-se ao FNB, Standard Bank, Unico, Capital Bank, BancABC.